Não se sentiu...*
* Hoje no Jornal do Centro
1. Há um mês, num texto intitulado “Quem não se sente...”, alertei aqui o presidente da câmara de Viseu que lhe ficava muito mal estar a dar gás ao coreógrafo Paulo Ribeiro depois de este ter abandonado, em 2016, por sua única e exclusiva vontade, a direcção do Teatro Viriato, e ter vindo agora, anos depois, alegar que foi vítima de um “despedimento ilícito” e tentar sacar, em tribunal, 50 mil euros àquela entidade municipal.
Como é evidente, um bom líder “sente-se” e, por isso, põe-se ao lado do que é seu e está a ser atacado, não se põe ao lado do atacante.
O facto é que António Almeida Henriques, mesmo depois de avisado, “não se sentiu...” E fez pior: para além de ter mantido a encomenda de um espectáculo ao litigante, ...
... sentou-se ao seu lado numa conferência de imprensa no exacto teatro demandado em tribunal. E, apesar de ter ouvido o homem confirmar aos jornalistas que ia continuar a exigir os 50 mil euros, mesmo assim, afirmou que aquilo ia ser “um grande momento das comemorações dos 20 anos do Teatro Viriato”.
Este episódio, do princípio ao fim, foi tudo menos “um grande momento” do que quer que seja.
A esta deserção do autarca de Viseu na defesa do seu teatro municipal some-se o seu défice de rigor gestionário: acaba de saber-se que a câmara de Viseu, em 2018, teve um resultado líquido negativo de 3.573.148,97 euros.
2. As eleições europeias de Maio são feitas num quadro político inédito: a UE tem dois inimigos declarados, Trump e Putin.
O presidente norte-americano e o presidente russo estão a apoiar partidos soberanistas de direita e de esquerda, hostis à “Europa”. Enquanto Putin faz as coisas mais na sombra, Trump é menos subtil. O seu estratega, Steve Bannon, não sai do velho continente a organizar uma internacional de ultra-direita.
É um sinal dos tempos: os vários nacionalismos europeus sempre foram historicamente hostis aos norte-americanos e aos russos. Agora, são lacaios deles.
1. Há um mês, num texto intitulado “Quem não se sente...”, alertei aqui o presidente da câmara de Viseu que lhe ficava muito mal estar a dar gás ao coreógrafo Paulo Ribeiro depois de este ter abandonado, em 2016, por sua única e exclusiva vontade, a direcção do Teatro Viriato, e ter vindo agora, anos depois, alegar que foi vítima de um “despedimento ilícito” e tentar sacar, em tribunal, 50 mil euros àquela entidade municipal.
Como é evidente, um bom líder “sente-se” e, por isso, põe-se ao lado do que é seu e está a ser atacado, não se põe ao lado do atacante.
O facto é que António Almeida Henriques, mesmo depois de avisado, “não se sentiu...” E fez pior: para além de ter mantido a encomenda de um espectáculo ao litigante, ...
Fotografia de José Ricardo Ferreira (editada) |
Este episódio, do princípio ao fim, foi tudo menos “um grande momento” do que quer que seja.
A esta deserção do autarca de Viseu na defesa do seu teatro municipal some-se o seu défice de rigor gestionário: acaba de saber-se que a câmara de Viseu, em 2018, teve um resultado líquido negativo de 3.573.148,97 euros.
2. As eleições europeias de Maio são feitas num quadro político inédito: a UE tem dois inimigos declarados, Trump e Putin.
O presidente norte-americano e o presidente russo estão a apoiar partidos soberanistas de direita e de esquerda, hostis à “Europa”. Enquanto Putin faz as coisas mais na sombra, Trump é menos subtil. O seu estratega, Steve Bannon, não sai do velho continente a organizar uma internacional de ultra-direita.
É um sinal dos tempos: os vários nacionalismos europeus sempre foram historicamente hostis aos norte-americanos e aos russos. Agora, são lacaios deles.
Comentários
Enviar um comentário