Utilizadores-não-pagadores*
* Hoje no Jornal do Centro
Ele é borlas para o IRS dos emigrantes, ele é saldos dos passes sociais, ele é isto, ele é aquilo, os políticos estão lelés da cuca, como dizia há uns anos Marcelo Rebelo de Sousa.
Ainda faltam nove meses para as europeias e mais de um ano para as legislativas, mas, apesar de toda esta lonjura, a bolha em que vivem os políticos já só pensa numa coisa — votos.
E onde é que há votos? Pois, já se sabe, votos, votos a sério, há no litoral. No distrito de Viseu, se as pessoas estiverem contentes com o PS dão-lhe quatro deputados, se estiverem zangadas dão-lhe três. Não aquenta nem arrefenta. Já nos grandes círculos as coisas piam mais fino.
Foi por isso que o PS se saiu, no último fim-de-semana, com a ideia de uns passes fofinhos para os transportes em Lisboa. Coisa para uns sessenta milhões de euros a pagar por todos, alfacinhas ou não.
Depois, aquele eleitoralismo centralista foi diluído com um acrescentamento carinhoso de quinze milhões para os passes dos tripeiros e um afago de cinco milhões para os outros, entenda-se, para os passes de Coimbra e Braga.
Falta ver se estas águas de bacalhau cativam, ou não, o ministro Centeno. Esperemos sentados a trautear aquela cantiga do Sérgio Godinho que espera pelo comboio na paragem do autocarro. Os nossos poucos comboios, avariados ou atrasados, periclitam-se nos carris, enquanto os novos autocarros amarelos de Viseu...
... ganham pó há meses em Coimbrões, à espera de uma decisão judicial. Mas, mesmo que estivessem a andar, não havia carinhos nem afagos do orçamento de estado nos passes de ninguém.
Quanto mais longe do mar, mais se sente o chicote implacável do princípio do utilizador-pagador, o mesmo que ergueu pórticos nas nossas auto-estradas. Sem alternativas, lá temos de atestar os nossos carros com 40% de combustível e 60% de impostos. Impostos que, depois, vão financiar transportes metropolitanos, com passes fofinhos para utilizadores-não-pagadores.
Ele é borlas para o IRS dos emigrantes, ele é saldos dos passes sociais, ele é isto, ele é aquilo, os políticos estão lelés da cuca, como dizia há uns anos Marcelo Rebelo de Sousa.
Ainda faltam nove meses para as europeias e mais de um ano para as legislativas, mas, apesar de toda esta lonjura, a bolha em que vivem os políticos já só pensa numa coisa — votos.
E onde é que há votos? Pois, já se sabe, votos, votos a sério, há no litoral. No distrito de Viseu, se as pessoas estiverem contentes com o PS dão-lhe quatro deputados, se estiverem zangadas dão-lhe três. Não aquenta nem arrefenta. Já nos grandes círculos as coisas piam mais fino.
Foi por isso que o PS se saiu, no último fim-de-semana, com a ideia de uns passes fofinhos para os transportes em Lisboa. Coisa para uns sessenta milhões de euros a pagar por todos, alfacinhas ou não.
Depois, aquele eleitoralismo centralista foi diluído com um acrescentamento carinhoso de quinze milhões para os passes dos tripeiros e um afago de cinco milhões para os outros, entenda-se, para os passes de Coimbra e Braga.
Falta ver se estas águas de bacalhau cativam, ou não, o ministro Centeno. Esperemos sentados a trautear aquela cantiga do Sérgio Godinho que espera pelo comboio na paragem do autocarro. Os nossos poucos comboios, avariados ou atrasados, periclitam-se nos carris, enquanto os novos autocarros amarelos de Viseu...
Fotografia Olho de Gato |
Quanto mais longe do mar, mais se sente o chicote implacável do princípio do utilizador-pagador, o mesmo que ergueu pórticos nas nossas auto-estradas. Sem alternativas, lá temos de atestar os nossos carros com 40% de combustível e 60% de impostos. Impostos que, depois, vão financiar transportes metropolitanos, com passes fofinhos para utilizadores-não-pagadores.
Almeida Henriques informou que irão andar no próximo mês, na base de um parece jurídico que obteve. E as anunciadas pistas para bicicletas (vias partilhadas) com sinais e pinturas limite velocidade (30) já estão na minha rua nas traseiras da Escola Grão Vasco.
ResponderEliminarJM
Obrigado, JM
EliminarEssa decisão de pôr os amarelinhos a andar foi tomada na sessão de câmara de quinta-feira, já depois de encerrada a edição do jornal (é às quartas)
De qualquer forma, a operação ainda está pendurada com o recurso da Barraqueiro
Hei-de espreitar essas ciclovias partilhadas
Mais uma vez, obrigado
Será que AH irá dar “barraca”? O Jorge Sobrado está preparado para salvar o patrão!
ResponderEliminarJM