Porque será?*

* Publicado no Jornal do Centro há exactamente dez anos, em 5 de Setembro de 2008



1. Em Agosto, o preço do barril do petróleo aliviou ligeiramente mas ninguém sabe o que vai acontecer no futuro. Para o caso, as previsões dos economistas têm-se mostrado tão úteis como os horóscopos da Maya.

Num ponto de vista ecológico, o fim do crude barato não é mau. Os consumidores vão poupar mais, vão procurar alternativas mais eficientes e as energias renováveis vão ganhar mercado.

Daqui
Há quatro meses atrás, todos os partidos da oposição culpavam o governo pela subida dos combustíveis. Evidentemente, não tinham razão. Portugal não tem poços de petróleo. José Sócrates esteve bem durante a crise: deixou o mercado funcionar, acudiu aos sectores mais fragilizados e correu a apertar a mão aos Chavez, Kadhaffis e Eduardos dos Santos deste mundo, essa fauna peculiar que tem petróleo.

Este último choque petrolífero revelou que o nosso mercado precisa de muito mais concorrência. Há que aproveitar esta pequena acalmia para tomar medidas. Porque não licenciar mais postos de abastecimento nos hipermercados?

2. Jorge Coelho, Manuel Maria Carrilho e Correia de Campos têm muita coisa em comum: (i) os três são de Viseu; (ii) os três são militantes do PS; (iii) os três foram ministros de governos do PS; (iv) os três fizeram a sua militância partidária longe, bem longe, da federação distrital de Viseu.

De facto, por mais dedicado ao interesse público e mais competente que seja, nenhum socialista do distrito tem conseguido chegar a um lugar de relevo na política portuguesa. Para que tal aconteça, é necessário fazer vida partidária longe, bem longe, da Rua 5 de Outubro de Viseu.

Porque será?

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