Ledas sejamos hojemais!
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Este lais fezerom donzelas a dom [L]ançarot quando estava na Ínsoa da Lidiça, quando a Rainha Genevra [o] achou com a filha do Rei Peles, e lhi defendeu que nom parecesse ant’ela.*
Ledas sejamos hojemais!
E dancemos! Pois nos chegou
e o Deus connosco juntou,
cantemos-lhe aqueste lais!
Ca est'escudo é do melhor
homem que fez Nostro Senhor!
Com [e]st'escudo gram prazer
hajamos! E cantemos bem!
E dancemos a nosso sem,
pois lo havemos em poder!
Ca est'escudo é do melhor
homem que fez Nostro Senhor!
Oi nos devemos [a]legrar,
dest'escudo, que Deus aqui
troux'e façamo-lo assi:
puinhemos muit'eno honrar!
Ca est'escudo é do melhor
homem que fez Nostro Senhor!
Anónimo
* Último dos cinco lais que abrem o Cancioneiro da Biblioteca Nacional. Também em forma de bailada como o segundo, não se conhece nenhuma fonte direta para a composição. Tematicamente, no entanto, ela é inspirada no episódio designado "a loucura de Lancelot", que se encontra no Lancelot du Lac do ciclo da Vulgata, e, amplificado, no Roman du Graal do ciclo pós-Vulgata.
Sharrer (19881) transcreve a passagem que estará no origem do lai: "Et quant les damoyselles orent vue la jouste, elles viennent a l´ecu et ly enclinent toutes, et puis commencent a karoler et a chanter et disoient en leur chanson: ´Voirement est ce ly escus au meilleur chevalier du monde´" (e quando as donzelas acabaram de ver a justa, vieram ao pé do escudo e inclinaram-se perante ele, e depois começaram a cantar e diziam na sua canção: "Verdadeiramente este é o escudo do melhor cavaleiro do mundo").
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