O cartel*
* Texto publicado hoje no Jornal do Centro
1. Todos os partidos, todos numa comovente unanimidade, acabam de “regulamentar” o controle das contas dos grupos parlamentares pelo Tribunal Constitucional, em vez de o entregarem ao Tribunal de Contas.
É este que tem a experiência e a capacidade para verificar e sancionar as contas dos organismos públicos, ainda não há muito ele encontrou irregularidades no próprio Tribunal Constitucional, mas os partidos, todos eles, preferem entregar o serviço a quem não tem os meios para o fazer.
Porque será?
2. Depois da terceira bancarrota, depois da austeridade e do armarfanhamento da nossa soberania, cresceu a insatisfação com o cartel partidário. Há mais abstenção, há mais votos nulos e em branco e há mais votos de protesto, como se viu nas últimas autárquicas com a eleição de muitos independentes e nas europeias com o voto em Marinho e Pinto.
O “arco da corrupção” — PS, PSD e CDS — está capturado pelo negocismo e o rentismo. As nossas elites não produzem riqueza, só sabem viver aconichadas ao estado.
O “arco do protesto” — Bloco e PCP — é formado por virgens que, para não pecarem, são sempre do contra e nunca querem ir para o governo.
Ora, este bloqueio ainda não vai ser resolvido nas próximas legislativas. Em cinco meses, é difícil que apareça um partido como o Ciudadanos espanhol capaz de causar um rombo eleitoral significativo nos partidos do cartel. O PDR de Marinho e Pinto vai entrar no parlamento mas não parece capaz de fazer grandes estragos.
3. A nossa Segurança Social, para além de um fundo de reserva de 11 mil milhões de euros, tem 14 mil milhões de receitas por ano e gasta 13 mil milhões em pensões. Está, portanto, equilibrada e é sustentável.
Entretanto, apareceram uns “macroeconomistas” do PS de António Costa a quererem cortar 1,7 mil milhões de euros de receitas anuais da Segurança Social.
E se fossem antes mexer na herança da vovó deles e deixassem o futuro das pensões em paz?
Imagem daqui
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É este que tem a experiência e a capacidade para verificar e sancionar as contas dos organismos públicos, ainda não há muito ele encontrou irregularidades no próprio Tribunal Constitucional, mas os partidos, todos eles, preferem entregar o serviço a quem não tem os meios para o fazer.
Porque será?
2. Depois da terceira bancarrota, depois da austeridade e do armarfanhamento da nossa soberania, cresceu a insatisfação com o cartel partidário. Há mais abstenção, há mais votos nulos e em branco e há mais votos de protesto, como se viu nas últimas autárquicas com a eleição de muitos independentes e nas europeias com o voto em Marinho e Pinto.
O “arco da corrupção” — PS, PSD e CDS — está capturado pelo negocismo e o rentismo. As nossas elites não produzem riqueza, só sabem viver aconichadas ao estado.
O “arco do protesto” — Bloco e PCP — é formado por virgens que, para não pecarem, são sempre do contra e nunca querem ir para o governo.
Ora, este bloqueio ainda não vai ser resolvido nas próximas legislativas. Em cinco meses, é difícil que apareça um partido como o Ciudadanos espanhol capaz de causar um rombo eleitoral significativo nos partidos do cartel. O PDR de Marinho e Pinto vai entrar no parlamento mas não parece capaz de fazer grandes estragos.
3. A nossa Segurança Social, para além de um fundo de reserva de 11 mil milhões de euros, tem 14 mil milhões de receitas por ano e gasta 13 mil milhões em pensões. Está, portanto, equilibrada e é sustentável.
Entretanto, apareceram uns “macroeconomistas” do PS de António Costa a quererem cortar 1,7 mil milhões de euros de receitas anuais da Segurança Social.
Fotografia daqui |
E se fossem antes mexer na herança da vovó deles e deixassem o futuro das pensões em paz?
Excelente texto.
ResponderEliminarMerece comentário estruturado.
Mais tarde. Agora tenho que cumprir a jorna da Segurança Social.
O cartel .não perdoa!