Isto é o meu corpo
Fotografia de Edward Hartwig |
O corpo tem degraus, todos eles inclinados
milhares de lembranças do que lhe aconteceu
tem filiação, geometria
um desabamento que começa do avesso
e formas que ninguém ouve
O corpo nunca é o mesmo
ainda quando se repete:
de onde vem este braço que toca no outro,
de onde vêm estas pernas entrelaçadas
como alcanço este pé que coloco adiante?
Não aprendo com o corpo a levantar-me,
aprendo a cair e a perguntar
José Tolentino Mendonça
Que me desculpe o padre poeta e pensador Tolentino de Mendonça, mas vou adaptar o tema do poema para escrever um texto sobre as "dores do meu corpo face a uma esquerda moribunda"....
ResponderEliminarConstatar o estado em que se encontra o nosso país é penoso. Ter que enfrentar as mesmas caras, os mesmos discursos, a mesma ausência de esperança é mentalmente devastador. Políticos secos de ideias novas que apenas têm como objectivo preservar os seus privilégios.
A última “proposta” de Tó Zé Nulo é o epíteto do seu perfil de mau político. Seguro quer que a Assembleia da República disponibilize assentos apenas para os partidos do centrão. A esquerda do lado esquerdo incomoda-o…
Depois da ideia genial: “se tiver que aumentar os impostos demito-me”, temos agora esta populista proposta. Ainda haverá quem confie num "primeiro-ministro" destes?
Os protagonistas das nossas elites revelam, a um ritmo quase diário, a mediocridade que os enforma. É confrangedor verificar que a discussão política, protagonizada por Costa e Seguro, se resume a saber quem atraiçoa mais ou menos, quem se apropria ou não apropria das ideias de outros e muito pouco mais. Muito honestamente tenho dificuldade em entender como há quem se inscreveu com o designío de poder votar numa destas duas opções. Ainda fiz um esforço para entender e perscrutar o que de substancial os dividia, mas só constatei dois candidatos incapazes de convencer quem quer que seja das suas reais preocupações. O PS transformou-se num ringue de wrestling!
Até que o PS volte a ter um secretário geral Socialista prefiro desligar…
Do “fascismo de sacristia” do Estado Novo ao “estado a que isto chegou” – Alexandre O´Neill