Portugal, quero falar contigo
Portugal quero falar contigo.
Não faças esses olhos de quem viu um lobisomen. Achas esquisito, porventura, que queira falar contigo?
É que tenho coisas muito importantes para te dizer e só agora arranjei a coragem suficiente.
Portugal: eu tenho vinte e dois anos e tu às vezes fazes-me sentir como se tivesse oitocentos.
Que culpa tive eu que D. Sebastião fosse combater os infiéis ao norte de África só porque não podia combater a doença que lhe atacava os órgãos genitais e nunca mais voltasse?
Às vezes quase chego a acreditar que é tudo mentira, que o Infante D. Henrique foi uma invenção do Walt Disney e o Nuno Álvares Pereira uma reles imitação do Príncipe Valente.
Portugal: não imaginas o tesão que sinto quando ouço o hino nacional, que os meus egrégios avós me perdoem.
Ontem estive a jogar ao poker com o Velho do Restelo. Ele anda na consulta externa do Júlio de Matos. Deram-lhe uns electro-choques e está a recuperar àparte o facto de agora me tentar convencer que nos espera um futuro de rosas.
Portugal: eu se tivesse dinheiro comprava um império e dava-to. Juro que era capaz de fazer isso só para te ver sorrir.
Portugal: vou contar-te uma coisa que nunca contei a ninguém. Sabes, estou loucamente apaixonado por ti.
Pergunto a mim mesmo como me pude apaixonar por um velho decrépito e idiota como tu mas que tem um coração doce ainda mais doce que os pastéis de Tentúgal e o corpo cheio de pontos negros para eu poder espremer à minha vontade.
Portugal estás a ouvir-me? Eu nasci em 1957, Salazar estava no poder, nada de ressentimentos.
O meu irmão estava na guerra, tenho amigos que emigraram, nada de ressentimentos.
Um dia bebi vinagre, nada de ressentimentos.
Portugal: ia propor-te um projecto iminentemente nacional: que fôssemos todos a Ceuta à procura do olho que o Camões lá deixou.
Portugal: sabes de que cor são os meus olhos? São castanhos como os da minha mãe.
Portugal gostava de te beijar muito apaixonadamente na boca.
Não faças esses olhos de quem viu um lobisomen. Achas esquisito, porventura, que queira falar contigo?
É que tenho coisas muito importantes para te dizer e só agora arranjei a coragem suficiente.
Portugal: eu tenho vinte e dois anos e tu às vezes fazes-me sentir como se tivesse oitocentos.
Que culpa tive eu que D. Sebastião fosse combater os infiéis ao norte de África só porque não podia combater a doença que lhe atacava os órgãos genitais e nunca mais voltasse?
Às vezes quase chego a acreditar que é tudo mentira, que o Infante D. Henrique foi uma invenção do Walt Disney e o Nuno Álvares Pereira uma reles imitação do Príncipe Valente.
Portugal: não imaginas o tesão que sinto quando ouço o hino nacional, que os meus egrégios avós me perdoem.
Ontem estive a jogar ao poker com o Velho do Restelo. Ele anda na consulta externa do Júlio de Matos. Deram-lhe uns electro-choques e está a recuperar àparte o facto de agora me tentar convencer que nos espera um futuro de rosas.
Portugal: eu se tivesse dinheiro comprava um império e dava-to. Juro que era capaz de fazer isso só para te ver sorrir.
Portugal: vou contar-te uma coisa que nunca contei a ninguém. Sabes, estou loucamente apaixonado por ti.
Pergunto a mim mesmo como me pude apaixonar por um velho decrépito e idiota como tu mas que tem um coração doce ainda mais doce que os pastéis de Tentúgal e o corpo cheio de pontos negros para eu poder espremer à minha vontade.
Portugal estás a ouvir-me? Eu nasci em 1957, Salazar estava no poder, nada de ressentimentos.
O meu irmão estava na guerra, tenho amigos que emigraram, nada de ressentimentos.
Um dia bebi vinagre, nada de ressentimentos.
Portugal: ia propor-te um projecto iminentemente nacional: que fôssemos todos a Ceuta à procura do olho que o Camões lá deixou.
Portugal: sabes de que cor são os meus olhos? São castanhos como os da minha mãe.
Portugal gostava de te beijar muito apaixonadamente na boca.
Jorge de Sousa Braga
Olá
ResponderEliminarBonito e_te e_crito l
Hino de amor verdadeiro. _e pode falar bobagen_ e coi_a_ _éri_.
É também a_ _im que go_to da minha terralll
maria Tereza
Abraço um porque mai_ me faria u_ar aquele código daquela letra.