Primárias

     Jean-Michel Baylet, Martine Aubry, Manuel Valls, François Hollande, Arnaud Montebourg e Ségolène Royal disputaram ontem a primeira volta das primárias socialistas para as presidenciais francesas. Passaram à segunda volta François Hollande (39,2%) e Martine Aubry (30,7%).  
     Nesta escolha  participaram todos  os eleitores que quiseram,  militantes do PS francês ou não, assinando uma declaração de adesão aos valores de esquerda e pagando um euro. O partido facturou 2 milhões de euros. 
     As primárias foram um sucesso de participação e legitimação democrática do futuro adversário de Nicolas Sarkozy. As coisas correram tão bem que o senador Alain Fouché defende a inscrição do princípio das primárias na constituição francesa


     Este verão, Francisco Assis propôs este método de escolha dos candidatos socialistas em primárias abertas mas foi derrotado por António José Seguro que fecha as escolhas ao exclusivo dos militantes do partido. Foi pena: o PS podia ter sido pioneiro na introdução das primárias abertas em Portugal.
     O aparelho mais encardido do PS, o que disse "amén!" a todas as directivas socráticas, o que agora diz "assim seja!" a todas as ideias de António José Seguro, é que vai controlar as escolhas dos candidatos socialistas às autárquicas de 2013.
     António José Seguro tem condições políticas excepcionais para ganhar, daqui a dois anos, essas autárquicas; mas essas condições, decorrentes da impopularidade que na altura terão os partidos da direita, podem ser desbaratadas com más escolhas dos candidatos. Esse risco é muito elevado quando os candidatos terão que ser melhores nas manobras do aparelho partidário do que junto dos cidadãos.

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