Petróleo *
* Texto publicado hoje no Jornal do Centro
E se, por baixo dos pés que caminham em Aljubarrota e Torres Vedras, jazessem, de facto, 486,8 milhões de barris de petróleo conforme a estimativa da Mohave Oil & Gas, a empresa canadiana que tem andado por lá a fazer buracos?
Que me lembre, esta sorte grande com cheiro a crude foi falada pela última vez há dois anos. Dizia-se na imprensa, em 2009, que Joe Berardo ia investir forte na Mohave. Coisa congruente: o homem tem jeito para a mineração, até achou um filão no Centro Cultural de Belém sem escarafunchar o chão.
Era bom, sem dúvida, achar-se petróleo em Portugal mas esse achamento, como tudo, também teria os seus problemas. Um deles é conhecido como “doença holandesa”. Quando, nos anos de 1960, a Holanda começou a vender em força gás natural proveniente do Mar do Norte, a sua moeda, o florim, valorizou-se muito o que fez com que as exportações holandesas perdessem competitividade. Uma riqueza que virou pobreza, a mostrar como o mundo é complicado.
A Noruega, que fica ainda mais lá para cima numa latitude cheia de “ética protestante”, aplica as receitas do petróleo num fundo cheio de cuidados éticos e preocupado em salvaguardar as gerações futuras.
Mesmo que apareça petróleo debaixo de Aljubarrota, não se fique com muitas expectativas. As nossas elites são predadoras e corruptas. Basta lembrar o que elas fizeram com o “petróleo” dos fundos comunitários e das privatizações. Se a Mohave acertar no sítio, vamos ter a “doença holandesa”, mas não a “ética norueguesa”.
N.B.: Já depois de ter enviado o artigo para o jornal, descobri que a Mohave regressou em Junho deste ano às perfurações. Oxalá desta vez ela acerte.
Desde que Raul Solnado descobriu petróleo no Beato que, ciclicamente, se fala desse jackpot no subsolo pátrio. O assunto, de quando em vez, invade a conversa nos media, nos barbeiros, nos táxis e demais ajuntamentos públicos, e põe as pessoas a sonhar.
E se, por baixo dos pés que caminham em Aljubarrota e Torres Vedras, jazessem, de facto, 486,8 milhões de barris de petróleo conforme a estimativa da Mohave Oil & Gas, a empresa canadiana que tem andado por lá a fazer buracos?
Que me lembre, esta sorte grande com cheiro a crude foi falada pela última vez há dois anos. Dizia-se na imprensa, em 2009, que Joe Berardo ia investir forte na Mohave. Coisa congruente: o homem tem jeito para a mineração, até achou um filão no Centro Cultural de Belém sem escarafunchar o chão.
Era bom, sem dúvida, achar-se petróleo em Portugal mas esse achamento, como tudo, também teria os seus problemas. Um deles é conhecido como “doença holandesa”. Quando, nos anos de 1960, a Holanda começou a vender em força gás natural proveniente do Mar do Norte, a sua moeda, o florim, valorizou-se muito o que fez com que as exportações holandesas perdessem competitividade. Uma riqueza que virou pobreza, a mostrar como o mundo é complicado.
A Noruega, que fica ainda mais lá para cima numa latitude cheia de “ética protestante”, aplica as receitas do petróleo num fundo cheio de cuidados éticos e preocupado em salvaguardar as gerações futuras.
Mesmo que apareça petróleo debaixo de Aljubarrota, não se fique com muitas expectativas. As nossas elites são predadoras e corruptas. Basta lembrar o que elas fizeram com o “petróleo” dos fundos comunitários e das privatizações. Se a Mohave acertar no sítio, vamos ter a “doença holandesa”, mas não a “ética norueguesa”.
N.B.: Já depois de ter enviado o artigo para o jornal, descobri que a Mohave regressou em Junho deste ano às perfurações. Oxalá desta vez ela acerte.
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