A multitude* árabe
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«Estas revoltas fizeram imediatamente uma espécie de limpeza da casa, varrendo as concepções ideológicas racistas de um choque de civilizações que atiravam a política árabe para o passado.
As multidões em Túnis, Cairo e Benghazi estilhaçaram os estereótipos políticos que restringiam os árabes à escolha entre ditaduras seculares e teocracias fanáticas, ou que, de alguma forma, postulavam que os muçulmanos são incapazes de liberdade e democracia.» (...)
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«(...) a multitude* é capaz de se organizar sem um centro e a instituição de um líder ou cooptar-se-lhe uma organização tradicional iria minar seu poder.
A prevalência nas revoltas de ferramentas das redes sociais, como o Facebook, o YouTube e o Twitter, são sintomas, não causas, desta estrutura organizacional.
Estes são os modos de expressão de uma população inteligente capaz de usar os instrumentos à mão para se organizar de forma autónoma.»
Michael Hardt e Antonio Negri,
Guardian, 24/2/2011
* Corrigido em 2 de Março, de "multidão" para "multitude".
Na acepção de Hardt e Negri, "multitude" é multiplicidade e "multidão" é homogeneidade (cf. O Império, ed. Livros do Brasil, Lisboa, 2004, p.15, nr)
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