A "avaliação" dos professores

A "avaliação" de professores que Maria de Lurdes Rodrigues importou do Chile era um labirinto impraticável  que foi tendo sucessivas versões mais ou menos "simplex". Restou, no fim, um faz-de-conta que manteve professores de alhos a avaliarem professores de bogalhos.
     
Esta "avaliação" de professores não acrescentou nada às escolas e não premeia nem tão pouco detecta o mérito docente. É um cadáver adiado que conhece hoje no parlamento um primeiro rascunho da sua certidão de óbito.
     
Isabel Alçada — honra lhe seja feita! — neste ano e meio de governo conseguiu devolver senso ao ministério e recuperá-lo do desastre ecológico marilurdista. O desgosto que exprime hoje na imprensa é só política de serviços mínimos. Ela própria deve sentir-se aliviada.
     
A ministra sabe que a burocracia avaliativa só serviu para piorar o funcionamento das escolas porque deixou um vazio onde antes havia uma cultura assente na cooperação e entre-ajuda dos professores para a resolução dos problemas.
     
Depois deste desgraçado processo vai-se chegar à conclusão do costume: não há nada mais corrosivo que uma "engenharia social" vanguardista fechada nas suas teorias insensatas.

Comentários

  1. Esta situação personifica o "dilema do prisioneiro"… Estes seres humanos agem de forma cooperativa apesar das suas motivações pessoais egoístas. O egoísmo e o individualismo funcionam de forma liberal… É pena, que sejam os socialistas e os comunistas nacionais a defender este cooperativismo… Por outro lado, é um contra senso com o conceito de meritocracia neoliberal! Só me resta dar os parabéns a estes excelentes e competentes profissionais… O reflexo deste facto é o ensino de elevada qualidade nas escolas do nosso querido e amado País! Naturalmente, estas são um conjunto de teorias insensatas…

    JC Teixeira

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  2. (...) elevada qualidade nas escolas (...)
    Essa é de mijar a rir. O anónimo das 25 de Março de 2011 23:36, deverá ser professor (a) e pertencer um dos inúmeros sindicatos da classe, dirigidos por professores que já não sabem (ou nunca souberam) ensinar?

    Anónimo, sobrinho da tia

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  3. Mexer muito em certas áreas é estragar, é baralhar e é confundir. O que se passa na "Educação" é isso mesmo ! Quer a avaliação dos docentes, quer a dos discentes, são uma prova de que se mexe e remexe e não se consegue nada ! E porquê ? Porque se abandonou a avaliação simples, prática e indiscutível da avaliação por resultados ! Eram os resultados dos exames que ditavam o resultado da aprendizagem dos alunos e do ensino dos professores !
    Monte Crasto

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  4. NESTE CASO COMO NOUTROS JOSÉ SÓCRATES FOI O ÚNICO PRIMEIRO-MINISTRO QUE TEVE CORAGEM DE TENTAR FAZER REFORMAS E PÔR AS PESSOAS A TRABALHAR.
    AGORA QUE INFELIZMENTE SÓCRATES FOI OBRIGADO A DEMITIR-SE VOLTOU A BAGUNÇA ÀS ESCOLAS E MÁRIO NOGUEIRA VOLTA A SER O MINISTRO DA EDUCAÇÃO.
    ANTÓNIO ROCHA

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  5. O eduquês desfocou o ensino dos "conteúdos" para o "processo", como nota o caro Monte Castro.

    Esta controvérsia não é só nossa.

    Pode ser feita aqui uma leitura com proveito sobre o sistema de ensino americano de onde irradiou a ideologia do eduquês que aqui o marilurdismo exponenciou de uma forma desastrada, própria dos engenheiros sociais fanáticos:

    http://www.nytimes.com/roomfordebate/2011/03/27/how-to-raise-the-status-of-teachers/give-teachers-autonomy

    É um debate vivíssimo com uma participação de Samuel A. Culbert muito interessante hoje, aliás ontem, 28 de Março.
    Cumprimentos

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