O eu-profeta irado
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– Mão no cajado
estou na luta.
Estou cercado
de coices e mulas
por todos os lados.
Sempre alerta
assim se dizia irado
o bravo eu-profeta
de mão no cajado.
– Furo o cerco
que me barra
para baixo e para o alto.
Aparo mulas e coices
no meio deste cercado.
Vazo no breu da noite
o negro buraco negro
em que me vejo
lançado.
No centro
de minha luta
aparo coices e mulas
se jogo
no oco deste vazado
o resto
e o rosto do rebotalho.
Irado e alerta
assim terminava
o bravo eu-profeta
cercado por todos os lados:
punho de pedra
pomba zonza no telhado
cuspia fogo
a ponta do seu cajado.
Mário Chamie
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