O cimento escolar

     A propriedade de todas as escolas do ensino obrigatório, bem como as competências da construção de novas escolas, já devia ser das câmaras há muito tempo.
     Poupava-se muito dinheiro. Dinheiro que, por exemplo, está a ser gasto na construção de raiz de centros escolares desnecessários. 
     A maioria das EB23 existentes — que têm cantinas, instalações desportivas, bibliotecas, secretaria, ... — acomodavam facilmente, nos seus terrenos, as salas suplementares necessárias para o 1º ciclo e a educação infantil .
     O país é pobre mas o que importa aos políticos é inaugurarem muito cimento escolar novo. Cimento escolar que é  confundido, na propaganda, com "melhor educação".
     Nos últimos anos, tem havido dinheiro em barda para os projectos sumptuários  da empresa pública Parque Escolar, a campeã dos ajustes directos.
     Ora, o que se estraga num lado, falta no outro, e o cimento escolar tem faltado nas obras das direcções regionais de educação.
Imagem daqui
     Não se estranhe, por isso, o estado de degradação a que chegou a Escola EB23 Grão Vasco de Viseu. Não admirem as palhaçadas acontecidas à volta da escola de Ranhados que há anos não sai do papel.
     Fernando Ruas, causticado com o historial de falhanços da DREC, afirmou na semana passada: «não fazemos mais acordos com incumpridores.» 
     Com as "regras de jogo" actuais, percebe-se a atitude do autarca.
     As regras precisam de ser mudadas.

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