A importância de não ser a Grécia

     Quando  rebentou a crise da dívida grega, os alemães ficaram furiosos. "Vendam ilhas para pagar o buraco!"; "Levantem-se mais cedo!" - barafustavam os jornais.
     Eles estão fartos de andarem a pagar a corrupção dos países do sul que derreteram alegremente décadas de fundos comunitários.
     Eis uma primeira página da Focus de Fevereiro:
     Em 22 de Abril, a The Economist descrevia os esforços  desesperados do governo português para que não fôssemos confundidos com os gregos, num artigo com o título The importance of not being Greece, numa alusão à célebre peça de Oscar Wilde, The Importance of Being Earnest.
     O problema de Portugal arrasta-se desde 2002 e, como lembrou a The Economist, tem a ver com  crescimento ou, mais exactamente, "a falta dele."
     Passou meio ano e a verdade é que Portugal está a milímetros do que aconteceu à Grécia. O próprio ministro Teixeira dos Santos já fala no risco de se ter que chamar o FMI. 
     Só que, agora, as coisas podem ficar bem mais feias para nós do que foram para os gregos em Maio. É que é muito provável que mais países da eurozona nos façam o mesmo manguito que a Eslováquia fez à Grécia.

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