Comboios, impostos e “maduristas” *

 * Hoje no Jornal do Centro

1. O ministro Pinto Luz foi esta semana a S. João da Pesqueira e, naquela linda terra à beira do Douro, anunciou que a Linha da Beira Alta vai reabrir em três etapas: um troço em Novembro, outro em Dezembro e um terceiro e último em Março de 2025.

Como já aqui lembrei: no século XIX, foram precisos quarenta e seis meses (Outubro de 1878 a Agosto de 1882) para termos uma ferrovia nova entre a Figueira da Foz e Vilar Formoso. Agora, no século XXI, foram precisos setenta meses (!) para que a segunda linha mais importante do país fosse recauchutada entre Pampilhosa e Vilar Formoso.

2. O próximo Orçamento de Estado (OE) deve passar no parlamento. Isto se partirmos do princípio de que os líderes partidários são racionais e não querem enfurecer o eleitorado.

Pedro Nuno Santos, que está menos esquerdista e tem melhorado a olhos vistos, ao ter posto os pontos nos “is” em matéria de IRC e IRS-Jovem, concedeu uma oportunidade de ouro a Luís Montenegro.

Este deve agarrá-la com ambas as mãos e recuar na descida do IRC, ou moderá-la muito, para além de abandonar de vez a ideia estúpida do IRS-Jovem, um imposto “idadista”, iníquo, provavelmente inconstitucional.

Se o PM aquiescer naqueles dois pontos do caderno de encargos socialista fica com crédito para poder exigir reciprocidade ao líder da oposição. Para que, depois, na votação na especialidade, o OE não venha a ser desvirtuado com propostas populistas de aumento de despesa e diminuição de receita aprovadas pela soma dos votos socialistas com os do Chega.

Se a oposição degradar desta forma o OE, é melhor mesmo o país ir para eleições.

3. Já tratei este assunto nas redes sociais, mas quero deixá-lo também aqui: numa votação recente no Parlamento Europeu, apesar de todas as provas apresentadas pela oposição venezuelana, três eurodeputados socialistas votaram contra o reconhecimento de Edmundo González Urrutia como presidente eleito da Venezuela. Isto é, três eleitos pelo partido de Mário Soares decidiram deixar feliz um ditador patético chamado Nicolás Maduro.

Foram eles a “bloquista” Marta Temido, a “ex-futura-líder” Ana Catarina Mendes e o “jotinha” Bruno Gonçalves. Fica registado.


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