Estamos assim *
* Texto publicado no Jornal do Centro há exactamente dez anos, em 25 de Abril de 2014
1. Como é costume dizer-se, uma notícia é algo que alguém preferia que não fosse publicado, o resto é publicidade.
Em 2002, este jornal publicou uma notícia sobre uma distribuição de móveis velhos do tribunal de S. Pedro Sul que desagradou a alguém. Deu processo.
O jornalista Fernando Giestas apurou e contou os factos. Houve associações contempladas e outras não. Estas ficaram descontentes. O jornalista ouviu todas as partes: os distribuidores de móveis, os recebedores, os não recebedores.
A directora Isabel Bordalo fez um editorial com o óbvio do caso: se tivesse havido mais informação aos eventuais interessados, teria havido menos “suspeição”.
Fui testemunha neste processo a uma notícia deontologicamente impecável e a um editorial sensato. O facto é que, apesar do jornalista ter contado a verdade e a directora usado o seu direito à opinião, ambos foram condenados naquele tribunal de móveis novos. O facto é que, depois, a relação de Coimbra confirmou a condenação.
Só agora, como é sabido, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos acaba de inocentar Fernando Giestas e Isabel Bordalo. E condenar o estado português por atropelo à liberdade de expressão. O habitual.
Estamos assim. Quarenta anos depois do 25 de Abril.
2. Durante a “justiça à portuguesa” e antes da “justiça à europeia” feita aos dois jornalistas, decorreram, em duas escolas de Viseu, obras da Parque Escolar, a empresa pública que melhor praticou o novo-riquismo socrático do “fora-o-velho-mete-novo”.
Não dei por nenhuma notícia a contar o que aconteceu aos móveis velhos das secundárias Emídio Navarro e Alves Martins.
Estamos assim. Quarenta anos depois do 25 de Abril.
3. PS, PSD e CDS, os “partidos do arco da corrupção”, acabam de chumbar no parlamento uma proposta para acabar com deputados na folha de pagamentos dos lobbies.
Estamos assim. Quarenta anos depois do 25 de Abril.
1. Como é costume dizer-se, uma notícia é algo que alguém preferia que não fosse publicado, o resto é publicidade.
Em 2002, este jornal publicou uma notícia sobre uma distribuição de móveis velhos do tribunal de S. Pedro Sul que desagradou a alguém. Deu processo.
O jornalista Fernando Giestas apurou e contou os factos. Houve associações contempladas e outras não. Estas ficaram descontentes. O jornalista ouviu todas as partes: os distribuidores de móveis, os recebedores, os não recebedores.
A directora Isabel Bordalo fez um editorial com o óbvio do caso: se tivesse havido mais informação aos eventuais interessados, teria havido menos “suspeição”.
Fui testemunha neste processo a uma notícia deontologicamente impecável e a um editorial sensato. O facto é que, apesar do jornalista ter contado a verdade e a directora usado o seu direito à opinião, ambos foram condenados naquele tribunal de móveis novos. O facto é que, depois, a relação de Coimbra confirmou a condenação.
Só agora, como é sabido, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos acaba de inocentar Fernando Giestas e Isabel Bordalo. E condenar o estado português por atropelo à liberdade de expressão. O habitual.
Estamos assim. Quarenta anos depois do 25 de Abril.
2. Durante a “justiça à portuguesa” e antes da “justiça à europeia” feita aos dois jornalistas, decorreram, em duas escolas de Viseu, obras da Parque Escolar, a empresa pública que melhor praticou o novo-riquismo socrático do “fora-o-velho-mete-novo”.
Não dei por nenhuma notícia a contar o que aconteceu aos móveis velhos das secundárias Emídio Navarro e Alves Martins.
Estamos assim. Quarenta anos depois do 25 de Abril.
3. PS, PSD e CDS, os “partidos do arco da corrupção”, acabam de chumbar no parlamento uma proposta para acabar com deputados na folha de pagamentos dos lobbies.
Estamos assim. Quarenta anos depois do 25 de Abril.
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