Ruas versus Marta*
* Texto publicado no Jornal do Centro há exactamente dez anos, em 7 de Março de 2013
Fernando Ruas, o presidente da câmara de Viseu, acaba de tornar vocal a guerra surda que vem travando com Carlos Marta, presidente da câmara de Tondela e da Comunidade Intermunicipal Dão-Lafões (CIDL).
Para início de hostilidades, o dr. Ruas propôs que a CIDL se passe a chamar Comunidade Intermunicipal da Região de Viseu.
Esta questão de nomes motivou um comunicado do bloco de esquerda de S. Pedro Sul, mas não interessou a mais ninguém.
A seguir, o edil viseense lembrou, com razão, que a CIDL, que paga renda em Tondela, podia passar para o edifício que foi do governo civil.
Mostrou cuidado com os dinheiros públicos.
A mesma solução foi decidida em Coimbra para sediar a Comunidade Intermunicipal do Baixo Mondego.
O autarca avisou ainda que «em Viseu, não há nenhuma comunidade intermunicipal que mande. Só o poderá fazer quando for eleita». Este é um assunto que merece a máxima atenção.
O novo estatuto em preparação das comunidades intermunicipais, em vez de tirar competências à administração central, tira é competências às câmaras municipais, e quer criar mais uma camada de gordura no estado não legitimada nem escrutinável pelo voto. Não é só pelas resmas de prateleiras douradas bem pagas que se preparam para ex-dinossauros nas CIs, é, acima de tudo, pela defesa do poder local que se tem que combater e derrotar este projecto antidemocrático do doutor Relvas.
Por fim, com uma inesperada candura, o dr. Ruas fez a seguinte confissão na última assembleia municipal: “apanharam-nos distraídos quando passaram a chamar Centro Hospitalar ‘Qualquer Coisa’-Viseu ao Hospital S. Teotónio”.
Como é só uma questão de nomes, a gravidade desta distracção é relativa, mas ela mostra que o dr. Ruas anda desatento e fora de forma. Será por isso que há viseenses a quererem votar no dr. Marta e não há tondelenses a quererem votar no dr. Ruas?
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