Quem manda*
* Hoje no Jornal do Centro
1. Para o Serviço Nacional de Saúde, uma putativa nova lei de bases é como o Melhoral, não faz bem nem faz mal. Nada nela tirará um dia que seja a uma lista de espera por uma cirurgia ou uma consulta.
Qual então a razão para os políticos estarem às voltas com um assunto tão exotérico, ainda por cima em fim de legislatura? Há uma razão táctica e uma razão estratégica para este gasto de energia.
A primeira é óbvia: há que desviar a atenção dos portugueses dos problemas do SNS, embora eles sejam tantos que não está fácil varrê-los para debaixo do tapete.
A segunda, muito mais importante, é que a esquerda, depois de quatro anos de matrimónio, até 6 de Outubro vai fingir que está em processo de divórcio.
Para o bloco, este gambozino na saúde é uma boa trincheira, diaboliza as PPP, mesmo as que funcionam bem como a do hospital de Braga.
Para o PCP, muito abalado depois das derrotas nas autárquicas e europeias, é bom tudo o que lhe permita pôr-se a milhas do, como está sempre a dizer, "governo minoritário do PS".
Mas é o PS que mais beneficia com esta demarcação com os demais partidos da geringonça. Para além de desviar os holofotes dos inconseguimentos da ministra da saúde, tem aqui uma oportunidade para mostrar aos eleitores moderados que "não é o bloco que manda no país". Assim o explicou o patriarca César, em Viseu, esta semana.
Carlos César será mais explícito do que António Costa, mas ambos estão sintonizados na estratégia: criar condições para que o eleitorado central dê ao PS a maioria absoluta. E, com a falta de comparência de Rui Rio, está mais para isso do que para outra coisa.
2. A introdução dos autocarros amarelos em Viseu modificou a paisagem urbana e está a alterar, lentamente, a mobilidade das pessoas.
Nos últimos seis anos, a câmara, no essencial, derreteu os nossos impostos em festas e festinhas borliantes, para minorias. O novo sistema de transportes é a primeira medida estrutural feita depois de Fernando Ruas. Muito bem, vereador João Paulo Gouveia.
1. Para o Serviço Nacional de Saúde, uma putativa nova lei de bases é como o Melhoral, não faz bem nem faz mal. Nada nela tirará um dia que seja a uma lista de espera por uma cirurgia ou uma consulta.
Qual então a razão para os políticos estarem às voltas com um assunto tão exotérico, ainda por cima em fim de legislatura? Há uma razão táctica e uma razão estratégica para este gasto de energia.
A primeira é óbvia: há que desviar a atenção dos portugueses dos problemas do SNS, embora eles sejam tantos que não está fácil varrê-los para debaixo do tapete.
A segunda, muito mais importante, é que a esquerda, depois de quatro anos de matrimónio, até 6 de Outubro vai fingir que está em processo de divórcio.
Para o bloco, este gambozino na saúde é uma boa trincheira, diaboliza as PPP, mesmo as que funcionam bem como a do hospital de Braga.
Para o PCP, muito abalado depois das derrotas nas autárquicas e europeias, é bom tudo o que lhe permita pôr-se a milhas do, como está sempre a dizer, "governo minoritário do PS".
Mas é o PS que mais beneficia com esta demarcação com os demais partidos da geringonça. Para além de desviar os holofotes dos inconseguimentos da ministra da saúde, tem aqui uma oportunidade para mostrar aos eleitores moderados que "não é o bloco que manda no país". Assim o explicou o patriarca César, em Viseu, esta semana.
Carlos César será mais explícito do que António Costa, mas ambos estão sintonizados na estratégia: criar condições para que o eleitorado central dê ao PS a maioria absoluta. E, com a falta de comparência de Rui Rio, está mais para isso do que para outra coisa.
Fotografia Olho de Gato |
Nos últimos seis anos, a câmara, no essencial, derreteu os nossos impostos em festas e festinhas borliantes, para minorias. O novo sistema de transportes é a primeira medida estrutural feita depois de Fernando Ruas. Muito bem, vereador João Paulo Gouveia.
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