A entrevista*
* Texto publicado no Jornal do Centro há exactamente dez anos, em 26 de Junho de 2009
1. Por causa da entrevista na SIC, José Sócrates foi acusado de ser um “lobo com pele de cordeiro” e de estar a “fazer teatro” depois do desastre das europeias em que, pela primeira vez numas eleições nacionais, o PS ficou abaixo de um milhão de votos.
Acabo de ver a entrevista na internet.
Não vi nela nada de muito diferente: o primeiro-ministro esteve na forma do costume e Ana Lourenço foi o habitual glaciar perguntador.
No seu decote, a jornalista tinha uma jóia triangular que captava toda a luz do estúdio que, de tão pouco iluminado, parecia um pub irlandês. Tudo ali era bruma do norte, nada ali era latino.
Sócrates bem tentou vitaminar a conversa. Não conseguiu.
“Rogério Casanova”, uma das estrelas da nossa blogosfera (pastoralportuguesa.blogspot.com), explicou o acontecido:
“Pelo pouco que ouvi, a noite de hoje marcou o momento em que passámos a ter um primeiro-ministro em compasso normal, o que provavelmente explica as dificuldades sentidas por Ana Lourenço em disfarçar aquele ar de quem se enganou a contar os sedativos.”
2. Gostei muito de ler “Juventude”, de Joseph Conrad, numa notável tradução de Bárbara Pinto Coelho (ed. Quasi).
Neste livro contam-se as aventuras de Marlow, jovem segundo-piloto de um cargueiro já muito gasto, a meter água, e que tem que levar uma carga de carvão a Banguecoque. Antes do barco desacostar, as ratazanas abandonaram o navio. Elas não quiseram fazer aquela viagem.
Depois do temporal das europeias, nota-se já uma mudança no fluxo mediático. Há já ratazanas a abandonarem o PS. Elas lá sabem... Mas Sócrates ainda pode calafetar o barco, substituir os muitos marinheiros incompetentes que tem, e chegar a bom porto.
1. Por causa da entrevista na SIC, José Sócrates foi acusado de ser um “lobo com pele de cordeiro” e de estar a “fazer teatro” depois do desastre das europeias em que, pela primeira vez numas eleições nacionais, o PS ficou abaixo de um milhão de votos.
Acabo de ver a entrevista na internet.
Não vi nela nada de muito diferente: o primeiro-ministro esteve na forma do costume e Ana Lourenço foi o habitual glaciar perguntador.
No seu decote, a jornalista tinha uma jóia triangular que captava toda a luz do estúdio que, de tão pouco iluminado, parecia um pub irlandês. Tudo ali era bruma do norte, nada ali era latino.
Sócrates bem tentou vitaminar a conversa. Não conseguiu.
“Rogério Casanova”, uma das estrelas da nossa blogosfera (pastoralportuguesa.blogspot.com), explicou o acontecido:
“Pelo pouco que ouvi, a noite de hoje marcou o momento em que passámos a ter um primeiro-ministro em compasso normal, o que provavelmente explica as dificuldades sentidas por Ana Lourenço em disfarçar aquele ar de quem se enganou a contar os sedativos.”
2. Gostei muito de ler “Juventude”, de Joseph Conrad, numa notável tradução de Bárbara Pinto Coelho (ed. Quasi).
Neste livro contam-se as aventuras de Marlow, jovem segundo-piloto de um cargueiro já muito gasto, a meter água, e que tem que levar uma carga de carvão a Banguecoque. Antes do barco desacostar, as ratazanas abandonaram o navio. Elas não quiseram fazer aquela viagem.
Depois do temporal das europeias, nota-se já uma mudança no fluxo mediático. Há já ratazanas a abandonarem o PS. Elas lá sabem... Mas Sócrates ainda pode calafetar o barco, substituir os muitos marinheiros incompetentes que tem, e chegar a bom porto.
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