Quase primavera*
* Publicado no Jornal do Centro há exactamente dez anos, em 13 de Março de 2009
1. O aquecimento global baralhou os equinócios e, por isso, não se sabe bem quando começa a quase primavera. A quase primavera começa algures por volta do dia dos namorados e, amável como é, já não vai mais embora.
Na quase primavera, as magnólias dos jardins da classe média gritam cores aos passantes e os canteiros em todo o lado ficam cheios de amores-perfeitos.
A quase primavera multiplica os olhares das raparigas para os rapazes. A quase primavera põe Penélope Cruz nas paragens de autocarro a olhar para mim. A quase primavera é a voz de Ney Matogrosso a cantar a epiderme “por debaixo dos pano”.
2. A Associação Comercial e o Movimento de Cidadãos Pelo Centro Histórico defendem a deslocalização da loja do cidadão para o centro de Viseu.
Esta transferência não chega, por si só, para resolver os problemas daquela zona nobre da cidade mas é um óbvio “por onde começar” numa tarefa que nos interpela a todos. Precisamos salvar o coração da nossa cidade.
É claro que os comerciantes têm que fazer também a sua parte: há lojas no centro que petrificaram e assim, com loja do cidadão ou sem loja do cidadão, não têm futuro.
Infelizmente, ano eleitoral é ano propício a telenovelas políticas. Já houve um pequeno esboço: depois de o dr. Ruas ter sugerido um edifício (entre os vários possíveis) para a futura loja do cidadão, apareceu logo o dr. Junqueiro a propor que fosse a Câmara a pagar as obras.
Ora, o que Viseu menos precisa é do velho e costumeiro pingue-pongue entre Fernando Ruas e José Junqueiro, com o dr. Ginestal a servir de apanha bolas.
Mais um funeral como o da universidade pública não, por favor!
1. O aquecimento global baralhou os equinócios e, por isso, não se sabe bem quando começa a quase primavera. A quase primavera começa algures por volta do dia dos namorados e, amável como é, já não vai mais embora.
Na quase primavera, as magnólias dos jardins da classe média gritam cores aos passantes e os canteiros em todo o lado ficam cheios de amores-perfeitos.
Fotografia Olho de Gato |
2. A Associação Comercial e o Movimento de Cidadãos Pelo Centro Histórico defendem a deslocalização da loja do cidadão para o centro de Viseu.
Esta transferência não chega, por si só, para resolver os problemas daquela zona nobre da cidade mas é um óbvio “por onde começar” numa tarefa que nos interpela a todos. Precisamos salvar o coração da nossa cidade.
É claro que os comerciantes têm que fazer também a sua parte: há lojas no centro que petrificaram e assim, com loja do cidadão ou sem loja do cidadão, não têm futuro.
Infelizmente, ano eleitoral é ano propício a telenovelas políticas. Já houve um pequeno esboço: depois de o dr. Ruas ter sugerido um edifício (entre os vários possíveis) para a futura loja do cidadão, apareceu logo o dr. Junqueiro a propor que fosse a Câmara a pagar as obras.
Ora, o que Viseu menos precisa é do velho e costumeiro pingue-pongue entre Fernando Ruas e José Junqueiro, com o dr. Ginestal a servir de apanha bolas.
Mais um funeral como o da universidade pública não, por favor!
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