O estrado*
* Hoje no Jornal do Centro
1. Junto ao bairro de Marzovelos em Viseu foi feito um lago artificial que, de tão belo e inesperado naquele sítio, deve ter ajudado a vender os apartamentos dos prédios vizinhos. Tinha patos, tinha até uma grácil garça que por lá poisava para alegria de pequenos e graúdos.
Entretanto, aquela beleza virou pesadelo. Aquilo está transformado num charco de águas pútridas, numa fábrica de mosquitos e melgas, numa ameaça à saúde pública.
Aquele desmazelo feito de telas rasgadas e lixo é o retrato chapado do presidente da câmara e da sua equipa.
Em matéria de obras novas, já se sabe, António Almeida Henriques é só inconseguimentos. O mesmo na manutenção das que recebeu: basta espreitar o lago que virou charco em Marzovelos.
2. Numa cativante cerimónia acontecida em 2017, no Hospital de S. Teotónio, foi tirada uma fotografia a nove cidadãos, cinco deles em cima de um estrado vermelho, onde se reconhecem o então secretário de estado da saúde, Manuel Delgado, o director do hospital, Cílio Correia, e os presidentes da câmara de Viseu e de Tondela. A fotografia, publicada na última edição deste jornal, mostra os homens da saúde de gravata, os autarcas sem, todos à frente de uma placa a anunciar: “Aqui vai ser instalado o Centro Oncológico”.
Na altura, Manuel Delgado, naquele estrado erguido acima do chão, deixou tudo prometido e calendarizado: iam ser seis milhões de euros de investimento num bunker com capacidade para dois aceleradores lineares, mas, avisou o governante, só um é que ia ser instalado e ia estar a funcionar dois anos depois. Isto é: agora, em 2019.
Foi, repito, uma cativante cerimónia. Só que, logo a seguir, o cativante Mário Centeno, o nosso CR7 das finanças, puxou o travão do acelerador linear. Não há lá nada a não ser a placa.
Mas tenhamos calma: estamos em ano eleitoral, a coisa é capaz de ser reprometida. Em nova cativante cerimónia. Caro Cílio Correia, é melhor ir preparando, de novo, o estrado.
1. Junto ao bairro de Marzovelos em Viseu foi feito um lago artificial que, de tão belo e inesperado naquele sítio, deve ter ajudado a vender os apartamentos dos prédios vizinhos. Tinha patos, tinha até uma grácil garça que por lá poisava para alegria de pequenos e graúdos.
Entretanto, aquela beleza virou pesadelo. Aquilo está transformado num charco de águas pútridas, numa fábrica de mosquitos e melgas, numa ameaça à saúde pública.
Aquele desmazelo feito de telas rasgadas e lixo é o retrato chapado do presidente da câmara e da sua equipa.
Em matéria de obras novas, já se sabe, António Almeida Henriques é só inconseguimentos. O mesmo na manutenção das que recebeu: basta espreitar o lago que virou charco em Marzovelos.
2. Numa cativante cerimónia acontecida em 2017, no Hospital de S. Teotónio, foi tirada uma fotografia a nove cidadãos, cinco deles em cima de um estrado vermelho, onde se reconhecem o então secretário de estado da saúde, Manuel Delgado, o director do hospital, Cílio Correia, e os presidentes da câmara de Viseu e de Tondela. A fotografia, publicada na última edição deste jornal, mostra os homens da saúde de gravata, os autarcas sem, todos à frente de uma placa a anunciar: “Aqui vai ser instalado o Centro Oncológico”.
Anúncio do Centro Oncológico do Hospital Tondela-Viseu, 6 de Maio de 2017
Fotografia do Jornal do Centro (editada)
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Foi, repito, uma cativante cerimónia. Só que, logo a seguir, o cativante Mário Centeno, o nosso CR7 das finanças, puxou o travão do acelerador linear. Não há lá nada a não ser a placa.
Mas tenhamos calma: estamos em ano eleitoral, a coisa é capaz de ser reprometida. Em nova cativante cerimónia. Caro Cílio Correia, é melhor ir preparando, de novo, o estrado.
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