O último a saber*

* Hoje no Jornal do Centro

1. A nova ministra da Saúde, Marta Temido, é uma espécie de trigémea das manas Mortágua. Interessa-se muito com a ideologia e as abstracções que quer pôr na lei de bases, mas pouco com os problemas das pessoas. Resultado: a classe média, assustada com o estado do SNS, vai arranjando seguros de saúde.

Uma delegação de autarcas da CIM Viseu Dão Lafões acaba de ir em peregrinação à ministra mas regressou de mãos a abanar. As obras nas urgências do Hospital de S. Teotónio não avançam, apesar de já aprovadas e com comparticipação comunitária de 85%, mas a culpa não é dela... é das finanças. O Centro Oncológico não mexe mas a culpa não é dela... é da administração do hospital.

Volta, por favor, Adalberto Campos Fernandes!

Jardins Efémeros, 2017
Fotografia Olho de Gato

2. A última sessão da câmara de Viseu ficou marcada pela situação dos jardins Efémeros (JE): este ano não há, para o ano logo se vê.


O presidente da câmara confessou que “não estava a contar” (sic) e que só no dia 18 de Março, numa reunião com o vereador Jorge Sobrado e a organizadora dos JE, Sandra Oliveira, foi “confrontado” (sic) com aquele facto.

Ora, como António Almeida Henriques não ia mentir em sessão de câmara, isso significa que não foi avisado em devido tempo pelo seu vereador da cultura. Isso é um problema.

Qualquer vereador da cultura tem que estar atento ao “ecossistema” cultural do seu concelho. Sobrado tinha que saber que os JE fazem, logo em Janeiro, a chamada aos artistas para projectos integrados no tema do festival. Desta vez, nem em Janeiro, nem em Fevereiro, nem em meio Março houve tema dos JE/2019 nem “call-for-artists”.

Eu, que não sou vereador da cultura e, portanto, não recebi os e-mails aflitos da organizadora (não é preciso ser nenhum adivinho para imaginar que foram vários), sabia que os JE deste ano não iam acontecer.

Como é possível Jorge Sobrado não saber? Como é possível ele ter deixado que o seu presidente da câmara fosse o último a saber esta péssima notícia para a cidade e para o país?

Comentários

  1. Duas linhas desencontradas.

    1.“Jardins Efémeros” foram uma lufada e uma alternativa. Foram!
    As últimas edições perderam um pouco do fôlego inicial. Perderam o conceito “Jardim” que criou romarias ao centro histórico.
    Mas, isso conversa-se, discute-se, aplana-se entre as entidades e a curadora.
    O objectivo era óbvio: acabar com os Jardins!
    Não eram uma produção Jorge “La Féria” Sobrado.

    2.“A CM Viseu fez voz grossa à Semana Cultural da Associação Académica da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viseu, que face às inúmeras queixas do excessivo ruído resultante da atividade inserida e o incumprimento das obrigações legais inerentes, determinou a revogação da licença especial de ruído emitida para o dia de hoje, 28 de março de 2019.”
    Forte com os fracos, fraco com os poderosos.

    Já o facto da capela de Repeses emitir sinal sonoro (horas e meias horas), que ultrapassa a área da sua freguesia, desde as 7 h da manhã até as 23 horas, no desrespeito pela lei do ruído, no desrespeito pela convivência e livre adesão (ou não) a uma confissão religiosa, não incomoda o poder do Rossio.

    3.Em 2 de Março escrevi neste blog:
    “E para algo completamente diferente, fica a pergunta: como pode um republicano rever-se num governo “monárquico e endogâmico”?”
    A situação só piorou…
    Mau eticamente.
    Mau politicamente.
    PS não recruta ninguém fora do seu inner circle!
    Deviam parar para pensar!

    4.Isto sim é que é PODER!!!
    E depois querem que eu me reveja na política?
    PINS, pá!

    https://www.publico.pt/2019/03/29/politica/noticia/psd-ps-abrem-alas-deputadosadvogados-financeiros-1867244

    PSD e PS abrem alas a deputados-advogados e oriundos do sector financeiro.

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