Autocitações*
* Publicado no Jornal do Centro há exactamente dez anos, em 20 de Março de 2009
1. “Cito-me muitas vezes. Isso apimenta a minha conversa.”, disse uma vez Bernard Shaw, numa blague que não deve ser levada a sério já que a autocitação é só um sinal de preguicite aguda. É o principal defeito desta crónica.
2. Em 2005, Maria de Lurdes Rodrigues começou o seu mandato a desaconselhar os trabalhos de casa. Agora acabou a dizer sim à confederação de pais que quer as escolas abertas 12 horas por dia.
Escrevi aqui no Olho de Gato de 13.10.2006: “Maria de Lurdes Rodrigues, a Ministra da Educação, tem sido autoritária com as escolas, despesista com as autarquias, facilitista com os alunos e titilante com as famílias.”
Este entre aspas a mim próprio não é, como dizia Bernard Shaw, para apimentar esta crónica. É só o balanço do marilurdismo.
3. Escrevi na última semana: «A quase primavera é a voz de Ney Matogrosso a cantar a epiderme "por debaixo dos pano".»
Um leitor atento chamou-me a atenção que aquele “por debaixo dos pano” não tem nada a ver com epidermes, nem amores da primavera, mas sim com corrupção, com dinheiros por “debaixo das mesa”.
Transcrevo o refrão:
Provou-se em tribunal que o dono da Bragaparques quis comprar o vereador José Sá Fernandes. Pena aplicada a Domingos Névoa: 5000 euros de multa.
Esta pena é uma anedota mas o tribunal aplicou as leis anti-corrupção que temos.
Entretanto, no parlamento, insossa-se o pão. Dos tentáculos do polvo ninguém trata.
1. “Cito-me muitas vezes. Isso apimenta a minha conversa.”, disse uma vez Bernard Shaw, numa blague que não deve ser levada a sério já que a autocitação é só um sinal de preguicite aguda. É o principal defeito desta crónica.
2. Em 2005, Maria de Lurdes Rodrigues começou o seu mandato a desaconselhar os trabalhos de casa. Agora acabou a dizer sim à confederação de pais que quer as escolas abertas 12 horas por dia.
Escrevi aqui no Olho de Gato de 13.10.2006: “Maria de Lurdes Rodrigues, a Ministra da Educação, tem sido autoritária com as escolas, despesista com as autarquias, facilitista com os alunos e titilante com as famílias.”
Este entre aspas a mim próprio não é, como dizia Bernard Shaw, para apimentar esta crónica. É só o balanço do marilurdismo.
3. Escrevi na última semana: «A quase primavera é a voz de Ney Matogrosso a cantar a epiderme "por debaixo dos pano".»
Um leitor atento chamou-me a atenção que aquele “por debaixo dos pano” não tem nada a ver com epidermes, nem amores da primavera, mas sim com corrupção, com dinheiros por “debaixo das mesa”.
Transcrevo o refrão:
O que a gente faz
É por debaixo dos pano
Prá ninguém saber
É por debaixo dos pano
Se eu ganho mais
É por debaixo dos pano
Ou se vou perder
É por debaixo dos pano
Esta pena é uma anedota mas o tribunal aplicou as leis anti-corrupção que temos.
Entretanto, no parlamento, insossa-se o pão. Dos tentáculos do polvo ninguém trata.
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