Little Brothers *
* Texto publicado no Jornal do Centro há exactamente quatro anos, em 2 de Julho de 2010
Portagens em que não se possa pagar nem em dinheiro nem por cartão inquietam. É o estado Big Brother, mas são também os Little Brothers, os espreitas sempre prontos a meterem o nariz na vida alheia.
Dos vários casos problemáticos que me contaram, descrevo dois:
1. O sr. António trabalha para uma grande empresa. O carro de trabalho é seu e a “via verde” debita na sua conta bancária.
Durante o trabalho, passa nas portagens manuais para receber o talão, talão que depois apresenta na contabilidade da empresa.
Como é que o sr. António vai poder documentar a despesa nas portagens electrónicas? Pede os talões às cegonhas poisadas nos pórticos? Manda a conta ao secretário de estado Paulo Campos e ao seu ex-assessor?
2. O sr. Belmiro é chefe de departamento numa empresa industrial. Tem carro da empresa atribuído, com “via verde” em nome da empresa. Aos fins-de-semana o sr. Belmiro, que é uma pessoa escrupulosa, vai à portagem manual para ser ele a pagar o uso particular do carro.
O sr. Belmiro está com dois problemas e não sabe qual deles é o pior:
- como pagar as portagens electrónicas do seu bolso já que a “via verde” debita na conta da empresa?
- como evitar que o seus administradores, uns Little Brothers metediços, saibam por onde ele anda aos fins-de-semana?
Título do Diário de Viseu de 25 de Junho: “Presidente da Câmara de Viseu quer turistas a pagar SCUT”.
Eis as exactas palavras de Fernando Ruas: "Eu nunca achei bem que um alemão venha pelo seu país, chegue à França pague portagens, chegue a Espanha pague portagens e depois vem a Portugal e entra aqui e nada."
Que pensarão destas palavras os homólogos do dr. Ruas de Ciudad Rodrigo, de Salamanca e de Ávila? É que eles são servidos por excelentes “Autovias” onde ninguém paga. Ninguém paga. Nem os turistas viseenses que passam por lá.
Portagens em que não se possa pagar nem em dinheiro nem por cartão inquietam. É o estado Big Brother, mas são também os Little Brothers, os espreitas sempre prontos a meterem o nariz na vida alheia.
Dos vários casos problemáticos que me contaram, descrevo dois:
1. O sr. António trabalha para uma grande empresa. O carro de trabalho é seu e a “via verde” debita na sua conta bancária.
Durante o trabalho, passa nas portagens manuais para receber o talão, talão que depois apresenta na contabilidade da empresa.
Como é que o sr. António vai poder documentar a despesa nas portagens electrónicas? Pede os talões às cegonhas poisadas nos pórticos? Manda a conta ao secretário de estado Paulo Campos e ao seu ex-assessor?
2. O sr. Belmiro é chefe de departamento numa empresa industrial. Tem carro da empresa atribuído, com “via verde” em nome da empresa. Aos fins-de-semana o sr. Belmiro, que é uma pessoa escrupulosa, vai à portagem manual para ser ele a pagar o uso particular do carro.
O sr. Belmiro está com dois problemas e não sabe qual deles é o pior:
- como pagar as portagens electrónicas do seu bolso já que a “via verde” debita na conta da empresa?
- como evitar que o seus administradores, uns Little Brothers metediços, saibam por onde ele anda aos fins-de-semana?
Título do Diário de Viseu de 25 de Junho: “Presidente da Câmara de Viseu quer turistas a pagar SCUT”.
Eis as exactas palavras de Fernando Ruas: "Eu nunca achei bem que um alemão venha pelo seu país, chegue à França pague portagens, chegue a Espanha pague portagens e depois vem a Portugal e entra aqui e nada."
Que pensarão destas palavras os homólogos do dr. Ruas de Ciudad Rodrigo, de Salamanca e de Ávila? É que eles são servidos por excelentes “Autovias” onde ninguém paga. Ninguém paga. Nem os turistas viseenses que passam por lá.
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