George Steiner sobre Ludwig Wittgenstein
"(...) a questão tabu: em que medida terá podido ser Ludwig Wittgenstein o deliberado arquitecto (a arquitectura foi uma sua paixão especializada) da sua própria lenda, do halo dramático que coroava e rodeava a sua presença.
Que poderá ter havido de intencional — e, por momentos, de histriónico — nas suas excentricidades, no seu recurso ao anátema, nos acessórios da sua abstinência, como a célebre cadeira de repouso em que constava que dormia?
Que terá havido de estratégico ou de alegórico na sua confissão de que só o andante do terceiro quarteto para cordas de Brahms o preservara do suicídio?
Trata-se aqui tão-só de sugerir que Wittgenstein foi também o virtuoso de uma «anti-retórica» formidavelmente retórica."
in A POESIA DO PENSAMENTO,
de George Steiner
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