Os cognitários

* Texto publicado hoje no Jornal do Centro conjuntamente com uma adaptação deste post


     Antonio Negri e Michael Hardt são os autores de “Império”, uma obra de leitura obrigatória para quem quiser compreender a ordem política mundial saída da globalização. 
Daqui
     Antonio Negri gosta de seguir de perto as movimentações populares. Como não podia deixar de ser, ele esteve recentemente em Espanha a analisar o movimento dos “indignados” e contou o que viu num texto que se acha na net no blogue “Outras palavras”, com o título “Toni Negri vê a Espanha rebelde”. 
     Nas calles y plazas em luta, o autor andou a ouvir muitos activistas atingidos em cheio pela crise sistémica global que chegou a Espanha em 2007 quando rebentou a bolha do imobiliário, bem antes da falência do Lehman Brothers no outono de 2008. 
     Toni Negri chama a um dos sub-grupos em luta “os cognitários” porque os seus elementos são “trabalhadores digitais e cognitivos, precários do sector de serviços e de todos os géneros de actividade imaterial, estudantes e jovens sem futuro.”
     Nunca tinha lido o termo em lado nenhum: à semelhança do “proletariado” da revolução industrial, há agora o “cognitariado” das sociedades em rede.


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