Canção

Patricia Petibon (imagem daqui)

A suave castelã das horas mortas
Assoma à torre do castelo. As portas,


Que o rubro ocaso em onda ensanguentara,
Brilham do luar à luz celeste e clara.


Como em órbitas de fatias caveiras
Olhos que fossem de defuntas freiras,


Os astros morrem pelo céu pressago...
São como círios a tombar num lago.


E o céu, diante de mim, todo escurece...
E eu que nem sei de cor uma só prece!


Pobre alma, que me queres, que me queres?
São assim todas, todas as mulheres.
                                                                                        Alphonsus de Guimaraens

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