O tigre de papel

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     «A China emergente de hoje, que vista do exterior parece respirar força e confiança, está insegura de si própria.

     As pessoas sentem, mesmo não querendo falar sobre isso, que o sistema do país assenta parcialmente em fraude, que não se pode contar com ele para tratar as pessoas com justiça e que ele pode não se aguentar. 

     A insegurança — o novo sentimento nacional — atinge desde trabalhadores migrantes despedidos até aos homens no topo do partido comunista. 

     Os slogans socialistas que o governo espalha em todo o lado são vistos como uma panóplia para esconder um capitalismo selvagem e sem lei em que os próprios responsáveis são os principais jogadores. 

     Esta incongruência arrasta-se há muitos anos e já não engana ninguém.»

Perry Link,

The New York Review of Books, Janeiro de 2011

(tradução às três pancadas)