Aclarações *
* Texto publicado no Jornal do Centro há exactamente dez anos, em 13 de Junho de 2014
Estas aclarações não têm nada a ver com as que o governo acaba de pedir ao tribunal constitucional mas sim com a crónica publicada aqui no 25 de Abril.
Há uns factos pendurados desde então.
Aí vão eles — os factos: uma notícia publicada neste jornal em 2002 sobre uma distribuição de móveis velhos do tribunal de S. Pedro do Sul deu processo. A notícia foi verdadeira, cuidadosa e profissional. Aquele tribunal em 2009 condenou os jornalistas Fernando Giestas e Isabel Bordalo e impôs-lhes duas indemnizações, uma delas à Misericórdia local. Depois, a sentença foi confirmada na Relação. Agora, em 2014, o costume: mais uma vez o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) condenou o estado português por desrespeito da liberdade de expressão. Obrigou-o também a ressarcir os dois jornalistas de todas as despesas que tiveram com o processo (eles não pediram mais do que isso).
Aí vão elas — as aclarações: escrevi, a 25 de Abril, que o TEDH acabara de “inocentar Fernando Giestas e Isabel Bordalo”. O facto é que, em Portugal, os dois jornalistas continuam com o cadastro criminal sujo. E têm-no por uma simples razão — foram bons profissionais. Já quanto aos juízes portugueses deste caso, do cadastro não se sabe, sabe-se da sua competência.
Segunda aclaração: a Misericórdia de S. Pedro Sul não quis receber nenhuma indemnização e isso deve ser realçado.
Terceira aclaração: na mesma crónica escrevi que não tinha dado conta de nenhum jornalista ter contado o destino dos móveis velhos das escolas secundárias Emídio Navarro e Alves Martins de Viseu, durante a fase das obras cleptokeynesianas da Parque Escolar.
A verdade é que, no DN, o jornalista Amadeu Araújo, em 5 de Outubro de 2010, descreveu a forma como "foi arrancado e enviado para o lixo" material impecável num valor "superior a cem mil euros": “portas, tectos, mobiliário, iluminação e informática” da secundária Alves Martins.
Meio ano depois estava cá a Troika.
Estas aclarações não têm nada a ver com as que o governo acaba de pedir ao tribunal constitucional mas sim com a crónica publicada aqui no 25 de Abril.
Há uns factos pendurados desde então.
Aí vão eles — os factos: uma notícia publicada neste jornal em 2002 sobre uma distribuição de móveis velhos do tribunal de S. Pedro do Sul deu processo. A notícia foi verdadeira, cuidadosa e profissional. Aquele tribunal em 2009 condenou os jornalistas Fernando Giestas e Isabel Bordalo e impôs-lhes duas indemnizações, uma delas à Misericórdia local. Depois, a sentença foi confirmada na Relação. Agora, em 2014, o costume: mais uma vez o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) condenou o estado português por desrespeito da liberdade de expressão. Obrigou-o também a ressarcir os dois jornalistas de todas as despesas que tiveram com o processo (eles não pediram mais do que isso).
Aí vão elas — as aclarações: escrevi, a 25 de Abril, que o TEDH acabara de “inocentar Fernando Giestas e Isabel Bordalo”. O facto é que, em Portugal, os dois jornalistas continuam com o cadastro criminal sujo. E têm-no por uma simples razão — foram bons profissionais. Já quanto aos juízes portugueses deste caso, do cadastro não se sabe, sabe-se da sua competência.
Segunda aclaração: a Misericórdia de S. Pedro Sul não quis receber nenhuma indemnização e isso deve ser realçado.
Terceira aclaração: na mesma crónica escrevi que não tinha dado conta de nenhum jornalista ter contado o destino dos móveis velhos das escolas secundárias Emídio Navarro e Alves Martins de Viseu, durante a fase das obras cleptokeynesianas da Parque Escolar.
Agosto de 2010 Fotografia Olho de Gato |
Meio ano depois estava cá a Troika.
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