As listas*
* Texto publicado no Jornal do Centro há exactamente dez anos, em 18 de Julho de 2013
1. Pedro Passos Coelho e António José Seguro não fizeram nada para acabar com os bloqueios da terceira república. Caído um governo, continuam a ser precisos largos meses para se ter um novo legitimado pelo voto. Bastavam semanas se tivéssemos leis eleitorais menos bizantinas. Chegou-se a este paradoxo: quando um governo colapsa, surge sempre quem defenda que é melhor não se ouvir o povo porque demora muito a ouvir o povo.
Nas autarquias tudo também ficou na mesma. Vamos continuar a ter vereadores da “situação” (o que é natural) e vereadores da “oposição” (uma bizarria que persiste). Por sua vez, as assembleias municipais continuam sem nenhum poder de fiscalização e escrutínio a sério do executivo — não o podem derrubar, por exemplo.
A assembleia municipal de Viseu até o poder da palavra perdeu. Neste último mandato, nada, mas mesmo nada saiu de lá de dentro com impacto. A própria imprensa deixou de dar destaque ao que se passava naquelas sessões cinzentas.
2. Durante este mês as máquinas partidárias estão a tratar das listas autárquicas, uma festa da democracia que envolve milhares e milhares de cidadãos.
Em Viseu, basta olhar para as fotografias da campanha para adivinhar, pelo menos até ao quarto lugar, a lista de José Junqueiro. É gente com competência técnica e política.
Já quanto a Almeida Henriques, a dúvida é saber em que medida é que ele vai plagiar a última lista do dr. Ruas. Não se estranhará que a dedicação de Ana Paula Santana seja recompensada. As atenções estão focadas no que vai acontecer a Guilherme Almeida.
Olhe-se agora para a assembleia municipal. Junqueiro não brinca em serviço e vai ter um candidato a presidente da assembleia municipal que lhe dá a certeza absoluta que não terá mais votos que ele.
Que irá fazer Almeida Henriques? Será que vai ter a mesma preocupação que Junqueiro e não leva José Cesário?
1. Pedro Passos Coelho e António José Seguro não fizeram nada para acabar com os bloqueios da terceira república. Caído um governo, continuam a ser precisos largos meses para se ter um novo legitimado pelo voto. Bastavam semanas se tivéssemos leis eleitorais menos bizantinas. Chegou-se a este paradoxo: quando um governo colapsa, surge sempre quem defenda que é melhor não se ouvir o povo porque demora muito a ouvir o povo.
Nas autarquias tudo também ficou na mesma. Vamos continuar a ter vereadores da “situação” (o que é natural) e vereadores da “oposição” (uma bizarria que persiste). Por sua vez, as assembleias municipais continuam sem nenhum poder de fiscalização e escrutínio a sério do executivo — não o podem derrubar, por exemplo.
A assembleia municipal de Viseu até o poder da palavra perdeu. Neste último mandato, nada, mas mesmo nada saiu de lá de dentro com impacto. A própria imprensa deixou de dar destaque ao que se passava naquelas sessões cinzentas.
Em Viseu, basta olhar para as fotografias da campanha para adivinhar, pelo menos até ao quarto lugar, a lista de José Junqueiro. É gente com competência técnica e política.
Já quanto a Almeida Henriques, a dúvida é saber em que medida é que ele vai plagiar a última lista do dr. Ruas. Não se estranhará que a dedicação de Ana Paula Santana seja recompensada. As atenções estão focadas no que vai acontecer a Guilherme Almeida.
Olhe-se agora para a assembleia municipal. Junqueiro não brinca em serviço e vai ter um candidato a presidente da assembleia municipal que lhe dá a certeza absoluta que não terá mais votos que ele.
Que irá fazer Almeida Henriques? Será que vai ter a mesma preocupação que Junqueiro e não leva José Cesário?
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