Dor de cotovelo*
* Publicado hoje no Jornal do Centro
1. No último domingo, o La Voz de Galicia trazia um artigo cheio de elogios a Portugal. O título — “Portugal, los nórdicos del sur de Europa” — era inspirado numa expressão do nosso presidente da república que oxalá se mantenha em boa saúde e cheio de afectos, especialmente por este interior nada nórdico.
É que, se não for Marcelo, não somos prioridade para ninguém — até as portagens das nossas auto-estradas tiveram um aumento maior do que as do litoral.
Elogios vindos de galegos não surpreendem, eles gostam muito de nós. Mas não foram só eles. Também o Ara, um jornal independentista catalão, numa peça dominical da secção de economia — “El misterí portuguès” — afirma: “Portugal està de moda. El turistes inunden Lisboa i Porto, ja comencen a descobrir la costa alentejana i fins e tot les illes de Madeira i les Açores gràcies a la pluja de vols low cost.”
Os dois artigos são muito amáveis. Madonna é referida como “el ejemplo más llamativo” que se está a aproveitar da fiscalidade vip para “extranjeros”. Se eles acrescentassem que, por causa dos impostos fofinhos e a luz de Lisboa, também temos cá a Monica Bellucci, então, do lado de lá da fronteira, em vez de bonomia, sopraria o mau vento da inveja.
2. Onde os jornais espanhóis não conseguem esconder a dor de cotovelo é nos triunfos diplomáticos portugueses. Barroso, Guterres, agora Centeno, nomes que os põem a constatar o clássico “el tamaño no importa.”
Fiquemo-nos por três razões explicativas deste sucesso sintetizadas por Javier Martin del Barrio, no El Pais:
(i) a carreira diplomática em Portugal é eficaz e experiente porque, ao contrário de Espanha, não muda quando mudam os governos;
(ii) a “fúria” espanhola começa logo por dizer “no”, enquanto os portugueses, pacientes, respeitosos, avessos à confrontação directa, nunca dizem “não”;
(iii) as elites políticas portuguesas são poliglotas, as espanholas não, e isso acaba por ser decisivo.
1. No último domingo, o La Voz de Galicia trazia um artigo cheio de elogios a Portugal. O título — “Portugal, los nórdicos del sur de Europa” — era inspirado numa expressão do nosso presidente da república que oxalá se mantenha em boa saúde e cheio de afectos, especialmente por este interior nada nórdico.
É que, se não for Marcelo, não somos prioridade para ninguém — até as portagens das nossas auto-estradas tiveram um aumento maior do que as do litoral.
Elogios vindos de galegos não surpreendem, eles gostam muito de nós. Mas não foram só eles. Também o Ara, um jornal independentista catalão, numa peça dominical da secção de economia — “El misterí portuguès” — afirma: “Portugal està de moda. El turistes inunden Lisboa i Porto, ja comencen a descobrir la costa alentejana i fins e tot les illes de Madeira i les Açores gràcies a la pluja de vols low cost.”
Fotografia de Gonçalo Rosa da Silva, daqui |
2. Onde os jornais espanhóis não conseguem esconder a dor de cotovelo é nos triunfos diplomáticos portugueses. Barroso, Guterres, agora Centeno, nomes que os põem a constatar o clássico “el tamaño no importa.”
Fiquemo-nos por três razões explicativas deste sucesso sintetizadas por Javier Martin del Barrio, no El Pais:
(i) a carreira diplomática em Portugal é eficaz e experiente porque, ao contrário de Espanha, não muda quando mudam os governos;
(ii) a “fúria” espanhola começa logo por dizer “no”, enquanto os portugueses, pacientes, respeitosos, avessos à confrontação directa, nunca dizem “não”;
(iii) as elites políticas portuguesas são poliglotas, as espanholas não, e isso acaba por ser decisivo.
Pois..., deve ser por isso que andamos vestidos em tom espanhol (Zara, Dutti etc e tal),temos o "amigo" capital do Santander e a sede social de muitas empresas está em Madrid!
ResponderEliminarSay Goodbye To Spain?!
Galiza, for ever!
Ronnie Spector & The E Street Band – “Say Goodbye To Hollywood” - 1977
https://youtu.be/yJ72eejEcTQ
A inspiradora de Amy Winehouse no cabelo e eyliner.
A mulher do Super Produtor Phil Spector.
Uma voz soul poderosa.
Um cover de Billy Joel.
Com a rectaguarda de honra da E Street Band (Bruce Springsteen) e o sax do “Bom Gigante” Clarence Clemons.
Altamente recomendável!