Ano novo
* Publicado hoje no Jornal do Centro
1. Na primeira crónica do ano é bom recordar mais uma vez que uso e pratico o método de Norberto Bobbio: devemos escolher uma parte, depois dessa escolha feita há que exercer o juízo crítico com severidade, especialmente com a nossa parte.
As unhas do Olho de Gato têm atingido metodicamente tanto socratistas, como passistas ou geringoncistas — os de Lisboa e os locais —, especialmente quando eles põem em causa a liberdade.
Isso é cada vez mais raro nos media. Vivemos num tempo em que os ditos “fazedores de opinião” já nem se preocupam em fingir independência, têm medo da solidão que esta implica e já só falam para a sua tribo.
Tribo essa que, por sua vez, só lê e só pensa aquilo que é a favor do seu clã ou aquilo que é a desfavor do clã adversário, numa cavalgada sectária que é depois partilhada aos uivos nas redes sociais, tornando cada vez mais crispada a nossa vida em comum.
2. Este novo ano tem três fins-de-semana prolongados e três pontes, dizem os jornais.
O que eles não dizem é que o dia dos namorados calha na quarta-feira de cinzas e que a Páscoa é no dia das mentiras.
3. Os partidos reuniram-se durante meses para arranjar uma nova lei de financiamento para si próprios, num processo secreto sem actas nem registos de espécie nenhuma.
Tudo já foi dito sobre esta opacidade devidamente vetada esta semana pelo presidente da república. Contudo, depois deste episódio, importa perguntar: quantas vezes esta pouca-vergonha já terá sido usada pelo cartel partidário no passado?
4. Ano novo, vida nova. Borbulha água de novo nos nossos montes ainda negros dos incêndios mas já com algum verde. Postes novos substituem os que arderam.
De Lisboa não se espere muito. Nem depois da tragédia, nem com um orçamento de vacas gordas que deu de mamar a todos os lóbis, nem assim foi aprovada uma fiscalidade mais favorável para as pessoas e as empresas do interior.
Para nos reerguermos contemos, acima de tudo, com a nossa força.
As unhas do Olho de Gato têm atingido metodicamente tanto socratistas, como passistas ou geringoncistas — os de Lisboa e os locais —, especialmente quando eles põem em causa a liberdade.
Isso é cada vez mais raro nos media. Vivemos num tempo em que os ditos “fazedores de opinião” já nem se preocupam em fingir independência, têm medo da solidão que esta implica e já só falam para a sua tribo.
Tribo essa que, por sua vez, só lê e só pensa aquilo que é a favor do seu clã ou aquilo que é a desfavor do clã adversário, numa cavalgada sectária que é depois partilhada aos uivos nas redes sociais, tornando cada vez mais crispada a nossa vida em comum.
2. Este novo ano tem três fins-de-semana prolongados e três pontes, dizem os jornais.
O que eles não dizem é que o dia dos namorados calha na quarta-feira de cinzas e que a Páscoa é no dia das mentiras.
3. Os partidos reuniram-se durante meses para arranjar uma nova lei de financiamento para si próprios, num processo secreto sem actas nem registos de espécie nenhuma.
Tudo já foi dito sobre esta opacidade devidamente vetada esta semana pelo presidente da república. Contudo, depois deste episódio, importa perguntar: quantas vezes esta pouca-vergonha já terá sido usada pelo cartel partidário no passado?
4. Ano novo, vida nova. Borbulha água de novo nos nossos montes ainda negros dos incêndios mas já com algum verde. Postes novos substituem os que arderam.
De Lisboa não se espere muito. Nem depois da tragédia, nem com um orçamento de vacas gordas que deu de mamar a todos os lóbis, nem assim foi aprovada uma fiscalidade mais favorável para as pessoas e as empresas do interior.
Para nos reerguermos contemos, acima de tudo, com a nossa força.
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