Moscas*

* Texto publicado hoje no Jornal do Centro

1. Como descrevi aqui em 21 de Outubro, nos quatro negros anos que se seguiram à bancarrota socrática, as receitas de IMI das câmaras do distrito de Viseu subiram de 26,2 milhões de euros para 38,5 milhões. Nos anos austeritários de 2012 a 2015, as câmaras desausterizaram-se 47% (!) em IMI.

Ora, apesar deste contínuo e crescente jackpot no imposto imobiliário, só há três presidentes de câmara no distrito que vão devolver, aos seus castigados munícipes, 5% de IRS, o máximo possível na lei.

Em vinte e quatro presidentes de câmara, só três são solidários com a classe média. João Paulo Fonseca (Armamar), José Júlio Norte (Mortágua) e Garcez Trindade (Resende) merecem por isso, mais uma vez, um aplauso aqui no Olho de Gato. Merece ainda referência positiva o presidente da câmara de Penedono que devolve 4%.

Os restantes ou ficam com tudo ou devolvem ridicularias. Em Viseu, António Almeida Henriques só devolve 1% ao mesmo tempo que se gaba de já ter engordado o saldo municipal em dez milhões de euros.


2. Os episódios das telenovelas, depois de editados nas produtoras, vão visualmente limpos para as televisões. Mas, quando são emitidos, eles são enxertados com o logótipo do canal num canto do ecrã, e com os inevitáveis rodapés a correrem, a correrem da direita para a esquerda, no fundo. Estes “intrusos” visuais são conhecidos, na gíria técnica, como “moscas”.




A telenovela da candidatura do PS à câmara de Viseu rodou mais um episódio na semana passada — a comissão política concelhia oficializou a candidatura de Lúcia Araújo Silva.

Fiquemo-nos, por agora, pela descrição das “moscas” desta telenovela: o logótipo, no canto superior esquerdo, é uma fotografia de Miguel Ginestal; o rodapé a correr, a correr, é uma frase dele durante a rodagem daquele episódio da comissão política a explicar a quem ainda não tinha dado conta que «a candidata pensa pela sua cabeça».

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