Calhaus (Parte 2)*
* Texto publicado no Jornal do Centro há exactamente dez anos, em 30 de Março de 2007
1. O Presidente da República, Cavaco Silva, arranjou forma de não ter Mário Soares, no Palácio de Belém, na comemoração dos 50 anos da União Europeia.
Pode o actual PR fazer a ginástica que quiser, pode arranjar a “lista de convidados” que mais lhe der jeito, que a verdade das coisas não se altera: a adesão à UE deve-se a Mário Soares. Neste capítulo da História de Portugal, para Cavaco, nem uma nota de rodapé.
2. Já se sabe que Cavaco não gosta de partilhar o palco com ninguém. Quando era primeiro-ministro, impediu que o então Presidente da República, Mário Soares, estivesse presente na Assinatura dos Acordos de Bicesse, entre a Unita e o MPLA.
Este episódio aconteceu em Maio de 1991, poucos meses depois da tomada de posse de Mário Soares para o seu segundo mandato, e revelou qual era o entendimento do então primeiro-ministro Cavaco Silva sobre a “cooperação estratégica” do seu Governo com o Presidente da República.
Soares, na altura, foi completamente ignorado. Cavaco semeou ventos e, depois, colheu as respectivas tempestades. Vieram, a seguir, as “presidência abertas” e os anos gloriosos da demolição do cavaquismo.
A celebração dos 50 anos da União Europeia foi uma coisa burocrática e triste em toda a Europa e a nossa Presidência da República não destoou.
Entretanto, já há “Miguéis Coelhos” no PS prontos para apoiar Cavaco em 2011.
3. A Rotunda à frente dos Bombeiros Municipais já não tem os seixos com que foi inicialmente “equipada”. Quando foi inaugurada, aqueles calhaus pindéricos ficavam tão feios que até faziam mal aos olhos. O caso mereceu aqui um reparo no Olho de Gato de 19 de Janeiro.
Agora tem relva. Não tem calhaus. Está bonita. Registe-se.
1. O Presidente da República, Cavaco Silva, arranjou forma de não ter Mário Soares, no Palácio de Belém, na comemoração dos 50 anos da União Europeia.
Pode o actual PR fazer a ginástica que quiser, pode arranjar a “lista de convidados” que mais lhe der jeito, que a verdade das coisas não se altera: a adesão à UE deve-se a Mário Soares. Neste capítulo da História de Portugal, para Cavaco, nem uma nota de rodapé.
2. Já se sabe que Cavaco não gosta de partilhar o palco com ninguém. Quando era primeiro-ministro, impediu que o então Presidente da República, Mário Soares, estivesse presente na Assinatura dos Acordos de Bicesse, entre a Unita e o MPLA.
Este episódio aconteceu em Maio de 1991, poucos meses depois da tomada de posse de Mário Soares para o seu segundo mandato, e revelou qual era o entendimento do então primeiro-ministro Cavaco Silva sobre a “cooperação estratégica” do seu Governo com o Presidente da República.
Soares, na altura, foi completamente ignorado. Cavaco semeou ventos e, depois, colheu as respectivas tempestades. Vieram, a seguir, as “presidência abertas” e os anos gloriosos da demolição do cavaquismo.
A celebração dos 50 anos da União Europeia foi uma coisa burocrática e triste em toda a Europa e a nossa Presidência da República não destoou.
Entretanto, já há “Miguéis Coelhos” no PS prontos para apoiar Cavaco em 2011.
3. A Rotunda à frente dos Bombeiros Municipais já não tem os seixos com que foi inicialmente “equipada”. Quando foi inaugurada, aqueles calhaus pindéricos ficavam tão feios que até faziam mal aos olhos. O caso mereceu aqui um reparo no Olho de Gato de 19 de Janeiro.
Agora tem relva. Não tem calhaus. Está bonita. Registe-se.
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