MAS...*
* Texto publicado hoje no Jornal do Centro
1. O historiador romano Plínio, o Velho, contou a história de um homem que tinha inventado o vidro inquebrável e foi pedir autorização a Tibério para o produzir.
Tibério ouviu-o com atenção e, quando ele acabou, perguntou-lhe se mais alguém sabia daquele assunto, ao que o inventor jurou pelos deuses que ninguém mais tal conhecia. Mal ouviu aquilo, o imperador ordenou aos guardas: «levem daqui este homem e matem-no, para que o ouro não seja reduzido a lama!»
2. Nos primeiros dias de 2006, Belmiro de Azevedo e seu filho Paulo, que não tinham inventado o vidro inquebrável mas queriam opar a PT, foram ter com o imperador, perdão, com o primeiro-ministro Sócrates, a contar-lhe que se propunham pagar onze mil milhões de euros por aquela empresa (onde o estado ainda tinha uma golden share e sentava boys, como o célebre Rui Pedro Soares, um competente organizador de pequenos-almoços, Figo que o diga).
José Sócrates não fez como Tibério, não mandou matar os Azevedos. Incentivou-os a avançar e, depois, queimou-os em lume brando, ajudado pelos fazedores de opinião e lóbis da capital que muito bateram no atrevimento daqueles “merceeiros do Norte”. Os donos da Sonae ainda ofereceram mais oitocentos milhões pela vaca leiteira do divino espírito santo mas de nada lhes valeu.
Nada lhes valeu a eles, nem à PT, mungida sem compaixão até acabar, por tuta e meia, nas mãos da Altice.
3. O PS no concelho de Viseu tem mais futuro do que presente. É que até os aparelhistas mais encardidos — quer os que já ultrapassaram há muito o prazo de validade, quer os que são “jovens” mas só na idade — todos eles já têm vergonha e, nas suas intervenções, começam por perorar: «não há ninguém que defenda mais as primárias do que eu...», embora depois ainda acrescentem: «... MAS...»
Talvez, em 2021, desapareça aquele MAS às primárias...
... e não seja repetido o actual fechamento que vai resultar numa candidatura fraca e frágil.
1. O historiador romano Plínio, o Velho, contou a história de um homem que tinha inventado o vidro inquebrável e foi pedir autorização a Tibério para o produzir.
Tibério ouviu-o com atenção e, quando ele acabou, perguntou-lhe se mais alguém sabia daquele assunto, ao que o inventor jurou pelos deuses que ninguém mais tal conhecia. Mal ouviu aquilo, o imperador ordenou aos guardas: «levem daqui este homem e matem-no, para que o ouro não seja reduzido a lama!»
2. Nos primeiros dias de 2006, Belmiro de Azevedo e seu filho Paulo, que não tinham inventado o vidro inquebrável mas queriam opar a PT, foram ter com o imperador, perdão, com o primeiro-ministro Sócrates, a contar-lhe que se propunham pagar onze mil milhões de euros por aquela empresa (onde o estado ainda tinha uma golden share e sentava boys, como o célebre Rui Pedro Soares, um competente organizador de pequenos-almoços, Figo que o diga).
José Sócrates não fez como Tibério, não mandou matar os Azevedos. Incentivou-os a avançar e, depois, queimou-os em lume brando, ajudado pelos fazedores de opinião e lóbis da capital que muito bateram no atrevimento daqueles “merceeiros do Norte”. Os donos da Sonae ainda ofereceram mais oitocentos milhões pela vaca leiteira do divino espírito santo mas de nada lhes valeu.
Nada lhes valeu a eles, nem à PT, mungida sem compaixão até acabar, por tuta e meia, nas mãos da Altice.
3. O PS no concelho de Viseu tem mais futuro do que presente. É que até os aparelhistas mais encardidos — quer os que já ultrapassaram há muito o prazo de validade, quer os que são “jovens” mas só na idade — todos eles já têm vergonha e, nas suas intervenções, começam por perorar: «não há ninguém que defenda mais as primárias do que eu...», embora depois ainda acrescentem: «... MAS...»
Talvez, em 2021, desapareça aquele MAS às primárias...
Fotografia de Alberto Ascensão |
MAS...eu converso contigo mais tarde, num outro post!
ResponderEliminarPrometo!
Hoje, só me lembro de:
«Saiu-me um político nos corn-flakes. Um político que eu já tinha.
Perguntei aos colegas lá na cantina se não tinham nenhum político repetido para a troca, mas descobri que todos eles já tinham governo formado.»
– António Pocinho, «o mistério da defesa», in Os pés frios dentro da cabeça, Fenda 1999
Bom fim de semana.
Fico à espera, JB!
ResponderEliminar:-)