Jardins Efémeros e Tom de Festa: danças sem par — por JB*

* Dois comentários de JB ao conflito de datas entre os Jardins Efémeros e Tom de Festa


by narloke


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Em Dias quotidianos — 2 de Fevereiro

in Diário de Viseu

Ignoramos os motivos desta falta de diálogo (óbvia), pois as festas são um momento privilegiado de socialização e de convívio.

A ACERT refere que “as organizações estão conscientes dos efeitos nefastos que uma situação destas significa para todos os agentes envolvidos”. Com razão! Esta atitude não está isenta de controvérsia, para o público e para os que se alimentam das “indústrias da cultura”, na medida em que dispõem de um vasto staff que faz da cultura o seu ganha-pão, a sua forma de estar e de se prestigiar na sociedade.

A repetição (as datas) têm uma importância fundamental na construção do evento e processa-se de forma cíclica, regular, marcada de forma a introduzir na rotina dos dias uma espécie de pausa, um momento de evocação. Toda a comemoração vive da afirmação da sua identidade e da sua permanência temporal estabilizada.

Dá vontade de citar o Diácono Remédios:



E, de facto, não havia!



— 2 —
Em Já visto — 10 de Fevereiro

Assim a frio, à entrada do fim-de-semana e no meio de um temporal, não se faz a ninguém esta maldade de “mais uma vez, os Jardins Efémeros, um evento borliante financiado pela câmara de Viseu, foi calendarizado para cima do Tom de Festa que precisa de bilheteira.”

Fez bem o Sr Gato em retomar este assunto. Comungo deste pensamento tal como o referi, em 2 de fevereiro, no post “Nos dias quotidianos”.

Neste país, alguém pensou que cultura é vocacionada para as classes “cultas”, e é a partir daí que se fazem, não as políticas culturais mas a programação cultural. Ignoramos os motivos desta falta de diálogo (óbvia), que revela (mais uma vez) não o princípio de uma bela amizade mas a evidência (trágica) de como dançar sem par.

O meu optimismo natural sobre “a bondade dos homens” está a ir por água abaixo.
Politica? Ideologia? Tretas…





JB

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