O Feitiço de Tsipras*
* Texto publicado hoje no Jornal do Centro
É uma analogia pouco original mas repito-a aqui: Alexis Tsipras parece Bill Murray no filme “O Feitiço do Tempo”.
Neste filme, Bill Murray é um meteorologista de televisão que fica encalhado no mesmo dia. O despertador toca à mesma hora, ele toma o mesmo pequeno-almoço, mete a pata na mesma poça, é importunado pelo mesmo vendedor de seguros, faz asneira e a bela Andie MacDowell fica furiosa com ele. O homem vai dormir. Acorda. Continua no mesmo dia e tudo se repete: o despertador toca à mesma hora, toma o mesmo pequeno almoço, por aí fora, ... Até que Bill, à força das repetições, lá aprende a não repetir os disparates e acaba por conseguir subir de cotação junto da sublime Andie e ficar com ela.
O primeiro-ministro grego está também encalhado. Não é num dia mas é num ano — 2015. O seu despertador já tocou três vezes: em Janeiro numas legislativas, em Julho num referendo e agora em Setembro em mais umas legislativas. Já teve três oportunidades para acordar e acertar o tiro.
E não têm sido poucos os fiascos de Alexis: apostou no contágio grego ao sul da “Europa”, e Hollande, Renzi, Rajoy e Passos deixaram-no a falar sozinho; apostou na aproximação à Rússia mas Putin pouco mais lhe pôde dar do que umas palmadas amigas nas costas; apostou no confronto com os credores e, quanto mais soltou a sua xenofobia anti-germânica, mais os gregos levaram os euros para debaixo do colchão, até que ele teve que fazer um “corralito” às contas bancárias e aceitar as duras condições de um terceiro resgate.
Mal “acordou” das eleições de domingo, Alexis “Murray” Tsipras reincidiu num erro: fez outra vez coligação com nacionalistas de extrema-direita. Espere-se, contudo, que ele tenha aprendido como aprendeu o protagonista de “O Feitiço do Tempo” e a partir de agora acerte. Se ele descapturar o estado das clientelas e puser o fisco a funcionar, merecerá que os gregos lhe dêem uma quarta oportunidade.
É uma analogia pouco original mas repito-a aqui: Alexis Tsipras parece Bill Murray no filme “O Feitiço do Tempo”.
Neste filme, Bill Murray é um meteorologista de televisão que fica encalhado no mesmo dia. O despertador toca à mesma hora, ele toma o mesmo pequeno-almoço, mete a pata na mesma poça, é importunado pelo mesmo vendedor de seguros, faz asneira e a bela Andie MacDowell fica furiosa com ele. O homem vai dormir. Acorda. Continua no mesmo dia e tudo se repete: o despertador toca à mesma hora, toma o mesmo pequeno almoço, por aí fora, ... Até que Bill, à força das repetições, lá aprende a não repetir os disparates e acaba por conseguir subir de cotação junto da sublime Andie e ficar com ela.
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E não têm sido poucos os fiascos de Alexis: apostou no contágio grego ao sul da “Europa”, e Hollande, Renzi, Rajoy e Passos deixaram-no a falar sozinho; apostou na aproximação à Rússia mas Putin pouco mais lhe pôde dar do que umas palmadas amigas nas costas; apostou no confronto com os credores e, quanto mais soltou a sua xenofobia anti-germânica, mais os gregos levaram os euros para debaixo do colchão, até que ele teve que fazer um “corralito” às contas bancárias e aceitar as duras condições de um terceiro resgate.
Mal “acordou” das eleições de domingo, Alexis “Murray” Tsipras reincidiu num erro: fez outra vez coligação com nacionalistas de extrema-direita. Espere-se, contudo, que ele tenha aprendido como aprendeu o protagonista de “O Feitiço do Tempo” e a partir de agora acerte. Se ele descapturar o estado das clientelas e puser o fisco a funcionar, merecerá que os gregos lhe dêem uma quarta oportunidade.
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