Obrigado, doutor Mário Soares, estamos safos!

«A Grécia não está à beira do caos, pelo contrário: depois de receber o dinheiro indispensável para sobreviver, pediu uma indemnização à Alemanha, que lhe é devida desde a Segunda Guerra Mundial.»
Mário Soares, 

     
Ora, como é sabido, entre 1807 e 1810, as tropas do general Jean-Andoche Junot primeiro, do marechal Nicolas Jean de Dieu Soult a seguir e, por fim, do marechal André Masséna, invadiram Portugal, fizeram política de terra queimada, obrigaram à fuga da casa real Portuguesa, carregaram para a França o nosso ouro e os nossos melhores tesouros artísticos, causando-nos um prejuízo que é felizmente calculável.
     
Propõe-se a criação da "Comissão de Avaliação dos Prejuízos Causados a Portugal Pelas Tropas Napoleónicas — CAPCPPTN", constituída por José Adelino Maltez (presidente) e, ao comando das folhas Excell, Pedro Lains e Francisco Louçã, com a missão patriótica de acharem o valor exacto da indemnização que a França deve a Portugal.

De qualquer forma, um pedido de indemnização preliminar pode ser, desde já, mandado ao senhor Hollande no valor de 200 mil milhões de euros, valor muito conservador, muito longe do verdadeiro prejuízo causado a Portugal a apurar devidamente por aqueles três prestigiados académicos. Basta lembrar a ordem de grandeza do que se está a falar: a perda do Brasil que decorreu da fuga e consequente instalação da casa de Bragança naquele país-tropical-abençoado-por-Deus.
     
Desde já se declara que este "encontro de contas", que tanto entusiasma o doutor Mário Soares, é exclusivamente um processo intra-europeu, pelo que qualquer pedido de indemnização de ex-colónias, nomeadamente de actuais países lusofalantes africanos, não tem valor jurídico nenhum.

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