Liberdade *
* Publicado hoje no Jornal do Centro
1. Este ano áspero que agora se encerta terá que ser aqui contado neste jornal. Que o Jornal do Centro seja uma voz inconformada com este eucaliptal domesticado em que se tornou Viseu no ano de 2012.
1. Este ano áspero que agora se encerta terá que ser aqui contado neste jornal. Que o Jornal do Centro seja uma voz inconformada com este eucaliptal domesticado em que se tornou Viseu no ano de 2012.
Foi calada a Rádio Noar, a informação do Jornal da Beira não faz justiça ao espírito aberto e admirável do bispo Ilídio Leandro, as escolas superiores olham para o umbigo, a assembleia municipal de Viseu não existe, na câmara a oposição seguiu o exemplo de Miguel Ginestal, desonrou o voto que recebeu dos viseenses, e foi tratar da vidinha.
Ou estamos engarrafados nas estradas nacionais, ou estamos a ser esbulhados na A24 e A25 onde as portagens têm preços que fazem as do litoral parecerem baratas. As nossas empresas estão a falir ao mesmo tempo que é dado este golpe brutal na economia e mobilidade da região.
O distrito dorme pastoreado pelo vazio: nenhum deputado na assembleia da república, dos nove eleitos com os nossos votos, nenhum votou contra as portagens do sr. Pedro Passos Coelho, do sr. Álvaro e do sr. Paulo Campos. Nem um.
2. «A Beira não tem símile no mundo. Em poucas dezenas de quilómetros está representado o mundo todo: amenidade e braveza, a montanha e o vale, a civilização e a selvajaria», isto foi dito em 1952 por Aquilino Ribeiro a um jornal do Rio de Janeiro, jornal que rematou a entrevista perguntando-lhe: «O que mais preza no mundo?»
Respondeu o mestre: «A liberdade. Sinto que o homem moderno precisa dela como do ar que respira e que sem ela não há alegria, nem prazer, nem honra.»
Seis décadas depois, nesta Beira insímile, os de cima estão atafegados pelo seu percurso de compromisso e fouxidão.
Que haja, em 2012, “braveza” nos de baixo, que os de baixo respirem o “ar” da liberdade. E que este jornal, ao menos ele, lhes dê voz. E músculo.
Muito bom...
ResponderEliminarMais uma vez totalmente de acordo é difícil não estar.
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