Nem coiso nem... *
* Texto publicado no Jornal do Centro há exactamente dez anos, em 10 de Outubro de 2013
1. Em 2002, o país caiu no pântano, pântano que Guterres viu antes que ninguém e que nos iria levar à bancarrota. Desde então, tudo quanto era decisão desconcentrada do estado foi desaparecendo.
Dois exemplos na educação para se perceber do que se fala:
(i) em 2002, os professores eram colocados em Viseu, agora são-no em Lisboa; o processo de colocação não melhorou, pelo contrário;
(ii) em 2002, as escolas compravam uma resma de papel no comércio local; agora é uma central de compras em Lisboa que o faz, a resma não fica mais barata, a escola gasta-se em burocracias para a receber e, entretanto, a papelaria local faliu.
Poderá parecer que a despesa centralizada em Lisboa é melhor para o estado que precisa de poupar. Não é.
É contra-intuitivo, mas fica mais barato se a decisão sobre a despesa pública for espalhada pelo país. É que, como as coisas estão, a corrupção tem a vida facilitada: só precisa de se concentrar nas poucas mãos que, em Lisboa, têm o poder de decidir sobre muitos milhões de euros. A corrupção tinha muito mais dificuldades se a decisão estivesse diluída no território.
2. Transcorridas as eleições autárquicas, vêm aí as tomadas de posse dos novos órgãos do poder local.
Vamos ter um presidente socialista da Associação Nacional de Municípios, depois de doze anos da presidência social-democrata de Fernando Ruas.
O dr. Ruas foi um bom presidente da câmara e foi também um bom presidente da ANMP no período difícil a que correspondeu o pântano centralista descrito no ponto anterior desta crónica.
3. Em 18 de Maio, numa assembleia geral no Auditório Mirita Casimiro, o sempitermo presidente daquilo ficou encarregado de organizar umas eleições que pudessem ressuscitar aquela sala há anos a ganhar teias-de-aranha.
Passaram cinco meses. Nada foi feito. O homem nem coiso nem sai de cima...
1. Em 2002, o país caiu no pântano, pântano que Guterres viu antes que ninguém e que nos iria levar à bancarrota. Desde então, tudo quanto era decisão desconcentrada do estado foi desaparecendo.
Dois exemplos na educação para se perceber do que se fala:
(i) em 2002, os professores eram colocados em Viseu, agora são-no em Lisboa; o processo de colocação não melhorou, pelo contrário;
(ii) em 2002, as escolas compravam uma resma de papel no comércio local; agora é uma central de compras em Lisboa que o faz, a resma não fica mais barata, a escola gasta-se em burocracias para a receber e, entretanto, a papelaria local faliu.
Poderá parecer que a despesa centralizada em Lisboa é melhor para o estado que precisa de poupar. Não é.
É contra-intuitivo, mas fica mais barato se a decisão sobre a despesa pública for espalhada pelo país. É que, como as coisas estão, a corrupção tem a vida facilitada: só precisa de se concentrar nas poucas mãos que, em Lisboa, têm o poder de decidir sobre muitos milhões de euros. A corrupção tinha muito mais dificuldades se a decisão estivesse diluída no território.
2. Transcorridas as eleições autárquicas, vêm aí as tomadas de posse dos novos órgãos do poder local.
Vamos ter um presidente socialista da Associação Nacional de Municípios, depois de doze anos da presidência social-democrata de Fernando Ruas.
O dr. Ruas foi um bom presidente da câmara e foi também um bom presidente da ANMP no período difícil a que correspondeu o pântano centralista descrito no ponto anterior desta crónica.
3. Em 18 de Maio, numa assembleia geral no Auditório Mirita Casimiro, o sempitermo presidente daquilo ficou encarregado de organizar umas eleições que pudessem ressuscitar aquela sala há anos a ganhar teias-de-aranha.
Passaram cinco meses. Nada foi feito. O homem nem coiso nem sai de cima...
Comentários
Enviar um comentário