Impostos municipais*
* Publicado no Jornal do Centro há exactamente dez anos, em 4 de Maio de 2012
1. Em 2007, o IMI cobrado no concelho de Viseu foi de 7,037 milhões de euros. Em 2008, a arrecadação subiu para 9,931 milhões. De um ano para o outro, deu-se um aumento líquido de 2,894 milhões, um aumento superior a 41%. Foi um salto digno das performances de Nelson Évora, assim lhe chamei no blogue Olho de Gato.
Ora, o problema é que estão criadas as condições para que, de 2012 para 2013, o salto ainda seja maior.
Como se sabe, as casas têm estado a ser reavaliadas pelas finanças. A cartinha do dr. Vítor Gaspar que tem chegado às nossas caixas do correio é um pesadelo: o “valor patrimonial tributário” dos imóveis tem duplicado, triplicado, quadriplicado, quintuplicado, por aí fora... É certo e sabido: o IMI que as pessoas vão pagar em 2013 vai aumentar brutalmente.
Este vampirismo fiscal é bom para o dr. Ruas, é péssimo para as pessoas.
2. O IRS não é igual em todos os concelhos do distrito. Nenhum faz o desconto máximo de 5%, mas em Resende paga-se menos 4%. Em Armamar e Penedono menos 3%. Em Mortágua e Penalva menos 2,5%. Em Cinfães menos 2% e em Mangualde e S. João da Pesqueira menos 1%.
Caro leitor de Viseu, quase de certeza tem os números frescos, é-lhe fácil calcular quanto lhe fica só em IRS o dr. Ruas. Para os restantes concelhos, é fazer as mesmas contas.
3. Os últimos orçamentos municipais de Viseu estiveram-se nas tintas para a situação precária da classe média que é quem paga o grosso do IRS.
O PS fez muito mal em não ter votado contra eles, mas isso são águas passadas. Deram uma prebenda na “Europa” a um dos desertores da vereação, mas o que importa agora é olhar para o futuro.
As taxas de IMI e de IRS para 2013 vão ser aprovadas na autarquia na segunda metade deste ano. Cá estaremos para avaliar o bom senso dos eleitos, os da oposição e os da situação.
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