Queijo*

* Hoje no Jornal do Centro

1. Antes de irem de fim-de-semana, os deputados fizeram uma resma de votações sobre portagens: desactivação de um pórtico em Aveiro, embaratecimento de dois troços na zona de Coimbra, abolição de portagens nas A22, A23, A24, A25, A28, A29, A41 e A42.

Ora, tudo aquilo foi um teatro para deixar tudo na mesma. Se os deputados julgam que com este faz-de-conta ficam melhor no retrato, estão muito enganados.

Ainda por cima, pelas votações socialistas desiguais, percebe-se que alguns deputados rosa votaram a “favor” da abolição das portagens nas auto-estradas do seu distrito, mas a “desfavor” nas outras. Uma palhaçada.

2. No sábado e no domingo, realizou-se a Feira do Pastor e do Queijo, de Penalva do Castelo, a primeira, a melhor de todas as feiras do queijo da serra que nos enche o corpo de prazer e de colesterol. Se houvesse justiça, o prazer era para nós e o colesterol para os deputados que nos quiseram tanguear na véspera.

A feira esteve magnífica, acampada numa tenda gigante que protegeu da intempérie Rosinha e as suas coristas, enquanto elas descreviam a pulsão macha para a “coentrada”...



... e a arte de “descascar a banana”, para não falar nos condimentos do “refogado” do Quim Barreiros.

Rezam as crónicas, eu não vi mas li algures, que o ainda-ministro-das-obras-cativadas e futuro eurodeputado Pedro Marques também lá esteve a degustar queijo e, depois, com o coração amanteigado, prometeu que este ano havia um avanço nas muito esperadas obras na rua com trânsito de caracol que liga Viseu ao Sátão.

O problema é que o ainda-ministro Pedro Marques descaiu-se. Afinal, depois de tanto tempo passado e tanta conversa, o projecto ainda está para conclusão. Logo, se está para conclusão, conclui-se que ainda não está concluído. Logo, afinal, ainda não vai acontecer nada este ano naquela rua.

O que vale ao ainda-ministro-das-obras-de-papel é que o que se diz enquanto se mastiga queijo é para esquecer.

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