Judas
Calvário, de Grão Vasco
Óleo sobre madeira — 1535-1540
Museu Grão Vasco, Viseu
|
Este quadro magnificente é a obra maior de Grão Vasco. Mesmo que seja só para o ver, vale a pena visitar Viseu e o seu museu.
Nas horas e horas de contemplação que levo deste quadro, é em Judas, na sua silhueta, que acabo por focar sempre o olhar, naqueles trinta dinheiros pendurados, a oscilar ao vento, de onde se evola um espectro.
É mesmo isto que Grão Vasco quis, que nos fixemos em Judas, o trágico Judas, o espectral Judas a cumprir o seu destino até ao final dos tempos.
Judas teve que seguir o guião que Cristo lhe predestinou, e só depois de lhe ter dado o beijo que O entregou, quando tudo o que era importante já estava consumado, é que Judas pôde recuperar o livre arbítrio e então, e só então, abjurar o que tinha feito, pendurando-se numa figueira.
Desde então, Judas, o menos livre de todos os homens, passou a ser sinónimo da ignomínia da traição.
Judas teve que seguir o guião que Cristo lhe predestinou, e só depois de lhe ter dado o beijo que O entregou, quando tudo o que era importante já estava consumado, é que Judas pôde recuperar o livre arbítrio e então, e só então, abjurar o que tinha feito, pendurando-se numa figueira.
Desde então, Judas, o menos livre de todos os homens, passou a ser sinónimo da ignomínia da traição.
Neste episódio, Bob Dylan é apupado. Acontecia muito naquela altura em que muitos dos seus fãs, adeptos do cânone acústico do folk, se sentiam atraiçoados por ele ter começado a usar guitarras eléctricas.
Durante a pausa entre duas canções, alguém da audiência grita alto: "Judas!" e Bob Dylan responde-lhe: "I don't believe you, you're a liar", e diz à banda "Play it fucking loud!" enquanto iniciava "Like a Rolling Stone".
Comentários
Enviar um comentário