Eu disse tudo
Farinelli, um filme de Gérard Corbiau (1994) |
Eu disse tudo, mas não no lugar certo.
Em cera e em metal, por mãos de gente
e estojos de veludo me deitei
e quantos me tiveram sabem quanto
amei e amo a foice do teu rosto,
os cinco ou mais sentidos que me dás.
Um sopro humano, a boca, um coração,
me tocam e alimentam, como antes
águas de chuva no lazer do pântano
quando o vento passava nos pinhais;
sou teu igual, não mais, e no meu corpo
inteiramente novo é que perdura
a liberdade, glória do teu canto.
Desejo meu, em tua sede habito;
meu mestre, escravo, amante, pois servimos
no mesmo chão o mesmo antigo lume.
António Franco Alexandre
"Eu disse tudo, mas no lugar certo" - António Franco Alexandre
ResponderEliminarComungo desse princípio.
Agora vou (tranquilamente) esperar pela Grande Manif contra as politicas do Tiaguinho...
https://www.publico.pt/sociedade/noticia/um-ministro-errante-1736612?frm=opi
Na mouche!