Legislativas 2015 (#1)*
* Texto publicado hoje no Jornal do Centro
1. Depois do líder António Costa ter sido eleito em primárias por um selectorado de 178 mil pessoas, o PS regressou às reuniões de sótão e às missas maçónicas para fazer as listas de deputados. A coisa deu barraca e não só em Viseu.
Para tentar controlar os danos, António Costa prometeu à comissão nacional que no futuro haverá primárias abertas a militantes e simpatizantes. Não ouviu na sala nenhum “Tarde piaste!” Mas devia ter ouvido.
2. Em Portugal, como não há primárias, nunca se vota em pessoas, só em listas. Resultado: a qualidade e a ordem dos candidatos nas listas não altera os resultados eleitorais.
O eleitorado do distrito de Viseu vota sempre maioritariamente à direita e o PSD é o campeão. É conhecida a velha frase de Raul dos Santos, quando era presidente da câmara de Ourique: «Em Viseu, pelo PSD, até ganha um burro com um chapéu de palha!» Na câmara de Viseu, deixei o dr. Ruas várias vezes furioso ao lembrar-lhe esta tirada do seu colega de partido.
Os nomes das listas não contam para o resultado, o que conta é a tendência nacional de voto. Em ano de maré da direita, esta faz seis deputados no distrito (chegou aos sete no apogeu cavaquista). Em ano de maré rosa, o PS chega aos quatro e a direita fica-se pelos cinco. Há quatro anos, o PSD elegeu cinco deputados, o CDS um e o PS três.
Como o eleitorado viseense de esquerda ainda não deve premiar desta vez a combatividade de Francisco Almeida da CDU, a única dúvida para a noite de 4 de Outubro é a seguinte: os viseenses elegem a sexta da lista PSD/CDS ou a quarta da lista do PS?
Pondo nomes e não chapéus-de-palha: os viseenses elegem Isaura Pedro que perdeu a câmara de Nelas depois de ter levado aquele município à falência ou elegem Marisabel Moutela, a anónima aparelhista que António Borges trouxe da folha de pagamentos da câmara de Resende?
Em resumo é isto. Isto vai dar muita conversa nos jornais, blogues e redes sociais. Mesmo sendo só isto.
1. Depois do líder António Costa ter sido eleito em primárias por um selectorado de 178 mil pessoas, o PS regressou às reuniões de sótão e às missas maçónicas para fazer as listas de deputados. A coisa deu barraca e não só em Viseu.
Para tentar controlar os danos, António Costa prometeu à comissão nacional que no futuro haverá primárias abertas a militantes e simpatizantes. Não ouviu na sala nenhum “Tarde piaste!” Mas devia ter ouvido.
2. Em Portugal, como não há primárias, nunca se vota em pessoas, só em listas. Resultado: a qualidade e a ordem dos candidatos nas listas não altera os resultados eleitorais.
O eleitorado do distrito de Viseu vota sempre maioritariamente à direita e o PSD é o campeão. É conhecida a velha frase de Raul dos Santos, quando era presidente da câmara de Ourique: «Em Viseu, pelo PSD, até ganha um burro com um chapéu de palha!» Na câmara de Viseu, deixei o dr. Ruas várias vezes furioso ao lembrar-lhe esta tirada do seu colega de partido.
Os nomes das listas não contam para o resultado, o que conta é a tendência nacional de voto. Em ano de maré da direita, esta faz seis deputados no distrito (chegou aos sete no apogeu cavaquista). Em ano de maré rosa, o PS chega aos quatro e a direita fica-se pelos cinco. Há quatro anos, o PSD elegeu cinco deputados, o CDS um e o PS três.
Francisco Almeida |
Pondo nomes e não chapéus-de-palha: os viseenses elegem Isaura Pedro que perdeu a câmara de Nelas depois de ter levado aquele município à falência ou elegem Marisabel Moutela, a anónima aparelhista que António Borges trouxe da folha de pagamentos da câmara de Resende?
Em resumo é isto. Isto vai dar muita conversa nos jornais, blogues e redes sociais. Mesmo sendo só isto.
Será que este texto conseguirá acertar na surpresa da noite?
ResponderEliminarFrancisco Almeida deputado!!!?
Não faço a mínima ideia do resultado tido pela CDU nas últimas legislativas, mas há um factor curioso e de alteração do voto (?) que foi a eleição de uma deputada para a Assembleia Municipal de Viseu.
O combativo Francisco Almeida merecia, nisso concordo. No entanto, as nossas divergências do conceito "liberdade" continuariam.
Mas será que o sr Gato tem Bola de Cristal?
Eu, gato, declaro que não tenho nenhuma bola-de-cristal.
EliminarEu, gato, mais declaro que nunca houve um deputado dos eleitos por Viseu que tenha votado contra a roubalheira dos pórticos nas nossas auto-estradas.
Entenda-se esta "roubalheira" não pelo que temos de pagar, mas pelo sistema big-brother lá instalado.
Sistema que para funcionar gasta 1 em cada 4 euros cobrados, sistema kafkiano a quem tenha o azar de lá passar com a via verde avariada ou sem avaria mas que a cobrança não apareça no payshop, ou..., sistema que cobra uma "taxa administrativa" pelo serviço de cobrar, etc., etc,., etc.
Nunca houve um deputado eleito pelos viseenses que votasse contra isso. Um. Um que fosse.
Abraço, JB!