Em Viseu há vereadora da cultura?
Foto Olho de Gato |
Em 18 de Maio de 2013, realizou-se uma esdrúxula assembleia geral do centro cultural distrital de Viseu (CCDV) — entidade titular do Auditório Mirita Casimiro.
A tentativa de truquezito de aparelho que aconteceu naquela assembleia geral foi descrita, na altura, neste post deste blog.
O facto é que o CCDV/Mirita Casimiro está enrodilhado em irregularidades e não apresenta contas há anos.
Perante um dispositivo estatutário que torna impossível o aparecimento de listas não subscritas pela direcção, o "presidente" do CCDV, Luís Filipe, prometeu acatar a decisão das associações presentes e comprometeu-se a subscrever todas as listas que se apresentassem a sufrágio.
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Eis como estão as coisas agora a dez dias da próxima assembleia geral do CCDV/Mirita:
1. em Maio de 2013, o senhor Luis Filipe, "presidente" do CCDV, disse que respeitava uma decisão da sua assembleia geral e que subscreveria todas as listas que se apresentassem a sufrágio;
2. soube-se ontem que o senhor Luis Filipe, "presidente" do CCDV, deu o dito por não dito, não subscreve uma lista apresentada por onze associados, e pretende tirar partido dos estatutos para tentar assegurar um acto eleitoral de lista única. Inqualificável.
Espera-se que o senhor Luís Filipe reconsidere e respeite o que foi decidido na assembleia geral de Maio.
Como tudo isto está a acontecer ao mesmo tempo em que a câmara de Viseu — com votos contra dos vereadores da oposição — decidiu injectar dinheiro dos nossos impostos no CCDV/Mirita importa olhar para o que está a ser feito na cultura concelhia, importa fazer um primeiro balanço.
Com objectividade, constata-se que, para já, o presidente da câmara, António Almeida Henriques, nestes três meses de mandato só tem feito duas coisas: metapolítica e o enterro do ruísmo.
Em matéria cultural, então, a metapolítica tem sido um abuso, e tem tornado a decisão nesta área uma coisa difusa e gelatinosa.
Há um rosto responsável pelo que se passa na cultura municipal em Viseu? É o Forum Viseu Cultura? É o Centro Coordenação Cultural de Viseu? É a vereadora? A vereadora da cultura existe?
Quem é o cómico, ou a cómica, que escreveu em documento oficial da câmara de Viseu que o CCDV/Mirita Casimiro é "um agente cultural local capaz de colaborar com o Município de Viseu no apoio, desenvolvimento e dinamização da rede municipal de museus" e, em resultado disso, lhe vão ser entregues, em seis prestações mensais, 73 200 euros?
sé me ocorre:
ResponderEliminarhttp://www.youtube.com/watch?v=e29mtSMc81o
Bla Bla Bla.... Sr. Joaquim a que associação federada no CCDV pertence?
ResponderEliminarSenhor anónimo, sou sócio com as cotas em dia de três associações culturais do distrito de Viseu, qualquer delas faz num mês o que o CCDV/Mirita não fez nos últimos dez anos.
EliminarBoa resposta que me parece elucidativa... Não faz parte de nenhuma que esteja federada no CCDV/Mirita Casimiro então?
EliminarSenhor anónimo,
EliminarAs associações a que pertenço ou deixo de pertencer é um assunto completamente fora de tópico — muda o foco da mensagem para o mensageiro, é, por isso, estéril.
O que está em causa é o seguinte:
— o CCDV/Mirita há anos que não faz nada de relevo, nem contas apresenta
— há agora um processo eleitoral a culminar numa assembleia geral em 1 de Fevereiro que poderá, ou não, insuflar vida naquele auditório e naquela instituição
— o processo eleitoral deve ser o mais democrático e participado possível
— está nas mãos do "presidente" actual evitar que o processo eleitoral seja uma farsa de lista única (basta respeitar a sua própria palavra de Maio do ano passado — cf. os recortes do Público e do Jornal do Centro)
— era bom para a cidade e a região que houvesse sensatez e que o Mirita ressuscitasse
Cumprimentos
Assunto fora de tópico? O senhor até pode querer que o Mirita Casimiro tenha mais actividade, até pode querer mais e melhor programação, mas não pode votar nem decidir... Sabe porque? Não é membro directivo de associação alguma que esteja federada no Mirita Casimiro ...ou seja não tem voto na matéria! Se quer ser interventivo tudo bem, pois como dizem por aí as opiniões são como as mulheres e cada um tem a sua! Dia 1 lá estarei a defender os interesses do Mirita Casimiro em representação da associação da qual sou MEMBRO DIRECTIVO, sem medos e sabendo do que realmente se passa! Não sou daqueles que vai com os outros, muito menos sou um camarada que com outros anda..... O avante não é bem a minha "cena" Sr. Joaquim.... Cumprimentos
EliminarSenhor anónimo, avante lá prá frente, quantos mais associações lá estiverem melhor, quanto mais participada for a AG melhor, quanto mais democrática melhor.
EliminarA participação e a democraticidade são o contrário de "lista única" e de "golpes de aparelho".
Num MEMBRO DIRECTIVO de uma associação o anonimato é uma demonstração de nulidade cívica que não honra nada o movimento associativo do distrito de Viseu. Mas enfim...
Cumprimentos
Por acaso sabem que há legislação que rege as Assembleias Gerais? Leiam o art 174 do Código Civil. O único ponto da Ordem de Trabalhos era Eleições! Tudo o resto ao abrigo dos Estatutos do CCDV e do Código Civil é nulo..
ResponderEliminarO actual "presidente" quer uma eleição de lista única? Quer mesmo, não é?
EliminarO que ele quer ou não já é discutível, e fica para opinião de cada ASSSOCIACÃO FEDERADA! Sim Sr. Joaquim o CCVD/Mirita Casimiro é uma federação onde os associados são... associações claro!
EliminarPara terminar mais lhe digo, e leis a parte, "ponto único" na minha terra é isso mesmo, único! Trocando por miúdos, não há mais nenhum! Espero ter sido esclarecedor...e espero também que os leitores se tenham sentido esclarecidos!
Sr. Anónimo, o conhecimento que demonstra da lei que rege as assembleias gerais é um pouco parcial, não me diga que se especializou num determinado funcionamento das assembleias. Se tomar nota nos artigos 170 a 178 encontra lá matéria de nulidade não desta AG em particular mas da todas as recentes AG da CCDV. Mas a sua opção por centrar a discussão na sua forma legal significa também que se recusa a colocar a questão na sua dimensão ética: o facto da actual direcção do CCDV não mostrar qualquer interesse na realização de eleições democráticas e subscrever (independentemente da votação da AG de maio de 2013) outra lista. Legalmente até pode ser que não seja obrigado...mas eticamente, democraticamente teria de o fazer. E o Sr. anónimo pertence a alguma associação federada? Não querendo incorrer na falta de mudar o foco da mensagem para o mensageiro, muito daquilo que diz decorre muito das vivências associativas e democráticas que se tem. Carla Augusto
EliminarSenhor anónimo de 24 de Janeiro às 21:12,
EliminarEsclarecidíssimo — em Maio o "presidente" do CCDV disse que acatava uma deliberação da AG, agora em Fevereiro diz que não.
Não é por acaso que há largos anos que o Mirita Casimiro não funciona. O ponto único é mesmo esse: porque é que aquele auditório está há anos a ganhar teias de aranha? Porque se derrete dinheiro público naquela inexistência? Quem é que quer continuar a ser cúmplice nessa aberração?
Cumprimentos
A pergunta, sobre a pasta da cultura tem a pertinencia devida. Nas decadas de Ruas foi um deserto, com figuras fracas e sem relevo cultural, nem directivas do topo para a sua pertinencia. Esta vereadora, desconhecida do meio e com equipa herdada que foi cumplice do desaire do passado, tem um grande desafio. Pode ser a oportunidade de haver finalmente vereacao da cultura, mas tambem pode ser a mais facil comparacao com o antigo regime avesso a assuntos culturais. Se a CMV ficar fora desta importante materia, do CCDV, marca logo de que lado fica. O diabo esconde-se nos detalhes.
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