Dito no Jornal do Centro em 2013*
* A última crónica do ano é uma espécie de "antologia" — muito tesourada para caber** — dos textos publicados este ano no Jornal do Centro ***
António José Seguro — que chegou à liderança do PS com uma agenda anti-corrupção - foi mandado calar sobre o assunto pelos socratistas e calou-se.
Nuno Crato, ao contrário do que sempre escreveu e teorizou, chegado ao governo, em vez de focar as escolas no “produto” (os conteúdos que os alunos têm que aprender), fá-las gastar cada vez mais energias no “processo” (burocracia, centralismo, nevoeiro regulamentar).
Quando há notícias de uma viagem das elites portuguesas a Angola há quem se interrogue: “mas afinal eles vão lá ensinar ou aprender?”
Embora menos kitsch e parola agora com José Moreira, mesmo assim a Feira de S. Mateus sempre procedeu como se Viseu fosse uma aldeia e que aquele certame fosse “o” largo da cidade. Não é. Era só o que faltava que fosse.
Visabeira que é um caso admirável de sucesso, a que a cidade muito deve e de que depende, sendo essa dependência um risco, porque todas as monoculturas o são.
Estarmos em “crise” é o nosso estado natural desde 1143 e cá nos vamos aguentando.
** Antes da tesourada, esta "antologia" tinha este tamanho:
4/Jan:
António José Seguro — que chegou à liderança do PS com uma agenda anti-corrupção - foi mandado calar sobre o assunto pelos socratistas e calou-se.
28/Fev:
Nuno Crato, ao contrário do que sempre escreveu e teorizou, chegado ao governo, em vez de focar as escolas no “produto” (os conteúdos que os alunos têm que aprender), fá-las gastar cada vez mais energias no “processo” (burocracia, centralismo, nevoeiro regulamentar).
28/Mar:
O trabalho de Angela Merkel é tratar dos interesses dos alemães respeitando a constituição alemã. Quanto mais o dr. Soares disser mal da “senhora Merkel” (é assim que ele a chama), melhor ela estará a fazer o seu trabalho.
4/Abril:
Cavaco e Sócrates foram os únicos primeiros-ministros da terceira república com maiorias absolutas monopartidárias, foram ambos autoritários e sem capacidade de diálogo e foram ambos objecto de culto de personalidade nos seus partidos.
25/Abril:
Quando há notícias de uma viagem das elites portuguesas a Angola há quem se interrogue: “mas afinal eles vão lá ensinar ou aprender?”
9/Maio:
Fica já aqui o meu juízo objectivo sobre o trabalho do dr. Ruas: ele foi um bom presidente da câmara, fez coisas bem, fez coisas mal, mas fez muito mais coisas bem que coisas mal.
15/Agosto:
Duas primeiras constatações sobre o cozinhado das listas autárquicas de Viseu:
(i) nos lugares elegíveis para a câmara e assembleia municipal, o aparelhismo partidário mais seguidista e acrítico, polvilhado aqui e ali com um ou outro académico para enfeitar;
(ii) nas listas de freguesia, generosidade e amor à comunidade.
5/Set:
Uma aldeia tem um largo. Uma cidade tem muitos.
Embora menos kitsch e parola agora com José Moreira, mesmo assim a Feira de S. Mateus sempre procedeu como se Viseu fosse uma aldeia e que aquele certame fosse “o” largo da cidade. Não é. Era só o que faltava que fosse.
26/Set:
Tento sempre seguir a melhor tradição do pensamento europeu: há que tomar partido, isto é, escolher uma parte, e depois exercer o juízo crítico com severidade, especialmente com a nossa parte.
3/Out:
Depois de quatro anos de deserção e falta de fibra, o PS-Viseu continua a olhar para o umbigo. Ninguém se demite?
10/Out:
Em 18 de Maio, numa assembleia geral no Auditório Mirita Casimiro, o sempitermo presidente daquilo ficou encarregado de organizar umas eleições que pudessem ressuscitar aquela sala há anos a ganhar teias-de-aranha.
Passaram cinco meses. Nada foi feito. O homem nem coiso nem sai de cima...
17/Out:
Nestes 24 anos, a força da cidade que residia nos comerciantes passou para as instituições do estado e para a Visabeira. Visabeira que é um caso admirável de sucesso, a que a cidade muito deve e de que depende, sendo essa dependência um risco, porque todas as monoculturas o são.
28/Nov:
Não é bom ver António Almeida Henriques nomear para a captação de investimento nos parques empresariais uma pessoa [Ana Paula Santana] que percebe tanto daquilo como de lagares de azeite.
12Dez:
Bem vistas as coisas, nós estamos há quase nove séculos em “crise”. Estarmos em “crise” é o nosso estado natural desde 1143 e cá nos vamos aguentando.
*** Todos encontráveis neste blogue com a etiqueta Jornal do Centro
António José Seguro — que chegou à liderança do PS com uma agenda anti-corrupção - foi mandado calar sobre o assunto pelos socratistas e calou-se.
Nuno Crato, ao contrário do que sempre escreveu e teorizou, chegado ao governo, em vez de focar as escolas no “produto” (os conteúdos que os alunos têm que aprender), fá-las gastar cada vez mais energias no “processo” (burocracia, centralismo, nevoeiro regulamentar).
Quando há notícias de uma viagem das elites portuguesas a Angola há quem se interrogue: “mas afinal eles vão lá ensinar ou aprender?”
António Zambujo, Sé de Viseu, 13.7.2013 (fotografia Olho de Gato) |
Cozinhado das listas autárquicas de Viseu:
(i) nos lugares elegíveis para a câmara e assembleia municipal, o aparelhismo partidário mais seguidista e acrítico, polvilhado aqui e ali com um ou outro académico para enfeitar;
(ii) nas listas de freguesia, generosidade e amor à comunidade.
Visabeira que é um caso admirável de sucesso, a que a cidade muito deve e de que depende, sendo essa dependência um risco, porque todas as monoculturas o são.
Estarmos em “crise” é o nosso estado natural desde 1143 e cá nos vamos aguentando.
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** Antes da tesourada, esta "antologia" tinha este tamanho:
4/Jan:
António José Seguro — que chegou à liderança do PS com uma agenda anti-corrupção - foi mandado calar sobre o assunto pelos socratistas e calou-se.
28/Fev:
Nuno Crato, ao contrário do que sempre escreveu e teorizou, chegado ao governo, em vez de focar as escolas no “produto” (os conteúdos que os alunos têm que aprender), fá-las gastar cada vez mais energias no “processo” (burocracia, centralismo, nevoeiro regulamentar).
28/Mar:
O trabalho de Angela Merkel é tratar dos interesses dos alemães respeitando a constituição alemã. Quanto mais o dr. Soares disser mal da “senhora Merkel” (é assim que ele a chama), melhor ela estará a fazer o seu trabalho.
4/Abril:
Cavaco e Sócrates foram os únicos primeiros-ministros da terceira república com maiorias absolutas monopartidárias, foram ambos autoritários e sem capacidade de diálogo e foram ambos objecto de culto de personalidade nos seus partidos.
25/Abril:
Quando há notícias de uma viagem das elites portuguesas a Angola há quem se interrogue: “mas afinal eles vão lá ensinar ou aprender?”
9/Maio:
Fica já aqui o meu juízo objectivo sobre o trabalho do dr. Ruas: ele foi um bom presidente da câmara, fez coisas bem, fez coisas mal, mas fez muito mais coisas bem que coisas mal.
15/Agosto:
Duas primeiras constatações sobre o cozinhado das listas autárquicas de Viseu:
(i) nos lugares elegíveis para a câmara e assembleia municipal, o aparelhismo partidário mais seguidista e acrítico, polvilhado aqui e ali com um ou outro académico para enfeitar;
(ii) nas listas de freguesia, generosidade e amor à comunidade.
5/Set:
Uma aldeia tem um largo. Uma cidade tem muitos.
Embora menos kitsch e parola agora com José Moreira, mesmo assim a Feira de S. Mateus sempre procedeu como se Viseu fosse uma aldeia e que aquele certame fosse “o” largo da cidade. Não é. Era só o que faltava que fosse.
26/Set:
Tento sempre seguir a melhor tradição do pensamento europeu: há que tomar partido, isto é, escolher uma parte, e depois exercer o juízo crítico com severidade, especialmente com a nossa parte.
3/Out:
Depois de quatro anos de deserção e falta de fibra, o PS-Viseu continua a olhar para o umbigo. Ninguém se demite?
10/Out:
Em 18 de Maio, numa assembleia geral no Auditório Mirita Casimiro, o sempitermo presidente daquilo ficou encarregado de organizar umas eleições que pudessem ressuscitar aquela sala há anos a ganhar teias-de-aranha.
Passaram cinco meses. Nada foi feito. O homem nem coiso nem sai de cima...
17/Out:
Nestes 24 anos, a força da cidade que residia nos comerciantes passou para as instituições do estado e para a Visabeira. Visabeira que é um caso admirável de sucesso, a que a cidade muito deve e de que depende, sendo essa dependência um risco, porque todas as monoculturas o são.
28/Nov:
Não é bom ver António Almeida Henriques nomear para a captação de investimento nos parques empresariais uma pessoa [Ana Paula Santana] que percebe tanto daquilo como de lagares de azeite.
12Dez:
Bem vistas as coisas, nós estamos há quase nove séculos em “crise”. Estarmos em “crise” é o nosso estado natural desde 1143 e cá nos vamos aguentando.
*** Todos encontráveis neste blogue com a etiqueta Jornal do Centro
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