Pneus *
* Texto publicado hoje no Jornal do Centro
O último editorial de Paulo Neto, intitulado “O nosso Calisto”, foi inspirado num post do blogue Olho de Gato dedicado a Pedro Alves e à visão que o deputado do PSD tem da profissão docente.
Com algumas tesouradas necessárias para caber, ficam aqui as três etapas do merecido elogio que fiz e enderecei, no blogue felino, ao ilustríssimo deputado:
1. «Todos sabemos que ser professor é já por si uma profissão itinerante, provavelmente a mais itinerante das funções sociais do estado.»
O ilustríssimo deputado Pedro Alves segue, e segue muito bem, a doutrina Ricardo Araújo Pereira que considera que bons profs são profs nómadas, ciganos, perdão, de etnia cigana.
2. «Que o digam os professores dos quadros de zona pedagógica que nunca conheceram outra condição que não a da mobilidade.»
Ora aí está a doutrina Ricardo Araújo Pereira no seu esplendor: como os profs são nómadas, são ciganos, perdão, são de etnia cigana, como eles nunca conheceram outra condição que não a de nómadas, de ciganos, perdão, da etnia cigana, então eles que arranjem umas Ford Transits, ele há feiras, perdão, ele há escolas separadas por centenas de quilómetros.
3. «Ou mesmo os contratados que certamente reclamam a estabilidade que a mobilidade possa conferir.»
Devo-lhe dizer que adoro este seu raciocínio, caríssimo e ilustríssimo Pedro Alves, "a estabilidade que a mobilidade possa conferir".
À terceira leitura, finalmente, percebi-o, meu caro.
O algoritmo mental que executa com este seu "a estabilidade que a mobilidade possa conferir" é sofisticado: é um raciocínio pneumático.
O que o ilustríssimo Pedro Alves quer dizer é que a "estabilidade" na "mobilidade" só se obtém com uns bons pneus.
Esteja descansado, meu caro: os profs arranjam uns bons pneus quando receberem o subsídio de férias. Lá mais para o Natal.
O último editorial de Paulo Neto, intitulado “O nosso Calisto”, foi inspirado num post do blogue Olho de Gato dedicado a Pedro Alves e à visão que o deputado do PSD tem da profissão docente.
Com algumas tesouradas necessárias para caber, ficam aqui as três etapas do merecido elogio que fiz e enderecei, no blogue felino, ao ilustríssimo deputado:
1. «Todos sabemos que ser professor é já por si uma profissão itinerante, provavelmente a mais itinerante das funções sociais do estado.»
O ilustríssimo deputado Pedro Alves segue, e segue muito bem, a doutrina Ricardo Araújo Pereira que considera que bons profs são profs nómadas, ciganos, perdão, de etnia cigana.
2. «Que o digam os professores dos quadros de zona pedagógica que nunca conheceram outra condição que não a da mobilidade.»
Ora aí está a doutrina Ricardo Araújo Pereira no seu esplendor: como os profs são nómadas, são ciganos, perdão, são de etnia cigana, como eles nunca conheceram outra condição que não a de nómadas, de ciganos, perdão, da etnia cigana, então eles que arranjem umas Ford Transits, ele há feiras, perdão, ele há escolas separadas por centenas de quilómetros.
3. «Ou mesmo os contratados que certamente reclamam a estabilidade que a mobilidade possa conferir.»
Devo-lhe dizer que adoro este seu raciocínio, caríssimo e ilustríssimo Pedro Alves, "a estabilidade que a mobilidade possa conferir".
À terceira leitura, finalmente, percebi-o, meu caro.
O algoritmo mental que executa com este seu "a estabilidade que a mobilidade possa conferir" é sofisticado: é um raciocínio pneumático.
O que o ilustríssimo Pedro Alves quer dizer é que a "estabilidade" na "mobilidade" só se obtém com uns bons pneus.
Esteja descansado, meu caro: os profs arranjam uns bons pneus quando receberem o subsídio de férias. Lá mais para o Natal.
Comentários
Enviar um comentário