A pressa de João Azevedo — parte II

     Fernando Figueiredo, no "Viseu, Senhora da Beira", num post intitulado "A masmorra socialista", interpela directamente uma publicação deste modesto estabelecimento em que foi anotado um flagrante, clamoroso e nada glamoroso tiro no pé de João Azevedo, o líder distrital do PS-Viseu.
     Desta história de tempos e precipitações e outras precocidades o que sobra?
     i) Se, como se sabe, a economia é assunto demasiado sério para ser deixado só nas mãos dos economistas, ou — dito o mesmo de outra forma - se, como se sabe, a guerra é assunto demasiado sério para ser deixado só nas mãos dos generais, João Azevedo e António Borges (o coordenador socialista das autárquicas 2013) parecem ter percebido que a candidatura à câmara de Viseu é assunto demasiado sério para ser deixado só nas mãos da concelhia.
     ii) A ideia que passou na mente de alguns socialistas locais — do avental e não só - de fazer uma candidatura senatorial meramente para cumprir calendário, paga com um lugar na "europa", é estúpida. Estúpida porque quereria não descontinuar o septuagenário Correia de Campos do parlamento europeu apesar do seu desempenho medíocre, estúpida porque o eleitorado percebe bem quando um político a votos para o lugar A está com a cabeça no lugar B.
     iii) A deserção política de Miguel Ginestal e da sua lista — desrespeitando o voto dos viseenses e tratando da vidinha - tem, evidentemente, consequências políticas duradouras e obrigam a uma candidatura socialista em 2013 preocupada não com carreiras pessoais mas com o bem público e capaz de uma  ruptura com as práticas e os protagonistas recentes.
     iv) Esta ruptura é difícil mas necessária: se não for feita, perceber-se-á que Lúcia Araújo Silva e a concelhia, de facto, querem fazer o tal jogo de solteiros contra casados de que fala o "Viseu, Senhora da Beira", facilitando a vida a António Almeida Henriques e a Carlos Marta.
     v) Indo ao ponto: João Azevedo e António Borges vão ter que "ajudar" a concelhia a achar o "quem". 
     vi) Já quanto ao "quando", continuamos na mesma: a pressa socialista é um tiro no pé.

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