Alarme no IP3*

* Texto publicado hoje no Jornal do Centro

     É verão, comece-se por brincar um pouco com as palavras para amenizar a aridez do tema desta crónica: a última penúltima página do Jornal do Centro trazia uma carta de José Matos Carvalho, candidato pelo PSD em 2009 à câmara de Mortágua, carta em que é cerzido e defendido um puzzle rodo-ferroviário para melhorar a circulação futura a sul do distrito de Viseu e adjacências coimbrãs e aveirenses.
     Exposto em quatro nutridos parágrafos, este puzzle atira um precautério ao país hiper-alcatroado mas sem uma ligação decente entre Viseu e Coimbra: José Matos Carvalho — antes que alguma máquina amarela comece a derrubar pinheiros atacados pelo nemátodo - defende a necessidade de se fazer uma, cito, “análise do previsível outcome económico e social face aos respectivos custos”. Análise que, como se sabe, jamé foi ou vai ser esquecida em alguma obra portuguesa.

     Cheguemos agora ao melindre do problema. Conforme é contado nesta carta do militante laranja de Mortágua, em 1 de Junho, no “ato de posse dos novos órgãos distritais do PSD”, o secretário de estado Sérgio Monteiro, o homem que agora manda nas estradas, “referiu-se ao problema do IP3 deixando em aberto a possibilidade de nova autoestrada ou de duplicação do atual IP3”.
     Esta coluna e a maior parte dos automobilistas (que, por definição, não pertencem aos “órgãos distritais do PSD”) desconheciam de todo esta ideia. Duplicação do IP3?! Fazer, a sul do distrito, a mesma asneira que foi feita com a duplicação do IP5 em que foi destruída a alternativa à A25?! Dar mais um tiro na mobilidade da região?!
     Dr. Ruas, por favor, explique lá ao secretário de estado Sérgio Monteiro que é melhor não ligar o complicómetro e fazer o que é prioritário fazer:
     uma auto-estrada de raiz entre Viseu e Coimbra;
     deixar o IP3 como alternativa não portajada.

Comentários

  1. isso era o desejo de todos os utentes mas não é o desejo de quem gosta de ir ao bolso do contribuinte, é que assim as receitas são sempre garantidas..... e quem são os accionistas das ppp????? claro.....ex de qualquer cargo politico, não investem um cheto e ainda querem que lhes paguem para serem donos daquilo que é de todos, vejam o caso do túnel do Marão, está parado porque o estado tá teso e os donos da ppp têm de esperar que entre algum para poderem dar andamento á obra e como agora dizem não há, espera-se, não metem o que deveriam meter que era o dinheiro deles e não o do contribuinte. todos uns..............

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  2. "— uma auto-estrada de raiz entre Viseu e Coimbra; — deixar o IP3 como alternativa não portajada."

    Concordo plenamente, mas atendendo:
    - ao pouco dinheiro que há;
    - ao facto de isto ser longe de Lisboa e
    - àquilo que o comentador anterior já abordou,

    isso é muito caro, caro Alexandre! Muito caro! Nem pense nisso!

    E na verdade, para fazerem a porcaria que agora temos se quisermos ir a Aveiro, mais vale que nem mexam em nada e deixem estar como está!

    Bom fim-de-semana!

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  3. Pois quando assistimos à destruição de toda aquela riqueza que era a IP5 com aquela quantidade de pontes (investimento com 15 anos!), deveríamos ter ido para a rua impedi-lo. Aquilo foi só mais um roubo.Patrocinado pelo governo.Deveria dar prisão para quem gere assim a coisa pública. Agora espera-se que se não repita com o IP3. Queremos uma autoestrada e a manutenção do IP3. Quem não tem dinheiro não tem vícios, pelo que não deve haver cá pppps. Se não for hoje será amanhã, mas dispensem-se os chulos!

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